Já só 15% dos trabalhadores em Portugal são sindicalizados

De acordo com a OCDE, Portugal registou a segunda maior queda da taxa de sindicalização, nos últimos 40 anos.

Em quatro décadas, a taxa de sindicalização dos trabalhadores portugueses caiu de 60,8%, em 1978, para 15,3%, em 2016. De acordo com os dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), Portugal registou a segunda queda mais acentuada entre os 25 Estados-membros, ficando apenas atrás da Nova Zelândia.

Segundo o relatório “Negotiating our way up: colletive bargaining in a changing world of work”, a diminuição do peso dos sindicatos foi transversal e é explicada pela “globalização, pelas mudanças demográficas na força de trabalho, pela desindustrialização, pelo emagrecimento do setor manufatureiro, pela queda dos empregos no Estado e pelo alargamento dos contratos flexíveis”.

Ainda que em todos os países da OCDE a taxa de sindicalização tenha recuado nos últimos 40 anos, Portugal consegue destacar-se ao registar a segunda queda mais pronunciada: 45,5 pontos percentuais (p.p.). Só a Nova Zelândia — com uma descida de 48,1 p.p. de 65,7% em 1978 para 17,7% em 2016 — verificou um declínio do sindicalismo mais acentuado do que aquele registado por terras lusitanas.

Declínio da sindicalização é transversal, mas mais pronunciado em Portugal

Fonte: OCDE

E enquanto em Portugal, em 2016, menos de dois em cada dez trabalhadores eram sindicalizados, na Islândia nove em cada dez trabalhadores estavam ligados a sindicados. Esse país é, de resto, aquele que, no seio da OCDE, apresentava a taxa de sindicalização mais elevada, seguindo-se a Suécia (com 66,7%) e a Dinamarca (65,5%).

Em sentido inverso, era na Estónia (5%) que se registava a menor taxa de sindicalização, em 2016. Na base da tabela, apareciam ainda a Lituânia (7,7%) e a Hungria (8,5%).

No conjunto da OCDE, entre 1978 e 2016, registou-se um recuo de 34% para 16,3%, ou seja, 17,7 pontos percentuais.

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