Fundo para ajudar fusão de empresas procura 50 milhões dos privados

A entrada de privados tem demorado um pouco mais do que as autoridades nacionais antecipavam, mas já há investidores interessados, sabe o ECO, até porque em causa estará um retorno entre 5% e 10%.

Atrair os privados para investir num fundo para estimular o crescimento de empresas mais maduras e promover fusões é o objetivo da reunião que vai decorrer esta segunda-feira no Ministério da Economia. Em causa está a entrada de privados num fundo de fundos (Portugal Growth Capital Initiative) que já conta com 100 milhões de euros — 50 milhões do Fundo Europeu de Investimentos (FEI) e 50 milhões do Fundo de Fundos para a Internacionalização que é gerido pela Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), vulgarmente conhecida como banco de fomento, apurou o ECO.

São cerca de 20 entidades privadas que estarão presentes neste encontro no Ministério da Economia, nomeadamente bancos, como o BCP, Novo Banco, CGD e Montepio; mas também fundos de pensões, como a Ocidental ou o fundo de pensões do Banco de Portugal; fundações, como a Gulbenkian (que já participa na Portugal Venture Capital Initiative) ou a Fundação Oriente; e ainda gestores de ativos. O objetivo é que os privados entrem como 30 a 50 milhões de euros, para que ninguém tenha total controlo do fundo e este apresente uma estrutura mais equilibrada.

A entrada de privados tem demorado um pouco mais do que as autoridades nacionais antecipavam, mas já há investidores interessados, sabe o ECO, até porque este tipo de investimento — cujo estratégia será explicada aos privados na reunião de segunda-feira — tem “um retorno adequado”, que rondará os 5% a 10%. Valores superiores ao que é normalmente praticado noutros instrumentos, já que envolve algum tipo de risco. O fundo de fundos anterior apresenta uma taxa de retorno entre de 2,5% e 3%, “mas ainda tem um grande upside”, disse ao ECO fonte próxima do processo.

A entrada de privados é tida como um passo fundamental para a sustentabilidade do ecossistema.

O objetivo é ter sete a oito equipas de private equity a lançar novos fundos, à semelhança do que já aconteceu no passado, mas o ideal seria trazer novas equipas para este processo. A meta é ter entre 60 a 80 empresas a beneficiar deste programa. Mas, ao contrário das iniciativas anteriores, em causa não estão startups, mas antes empresas maduras que operam em setores mais fragmentados e que precisam de se consolidar, ou ainda empresas familiares.

Ao longo dos meses o Executivo foi deixando várias pistas sobre este fundo de fundos, como por exemplo na intervenção do ministro da Economia no Web Summit. Mas também Daniel Bessa, num artigo de opinião no ECO, em julho de 2018, lembrou que estava em discussão a possibilidade de vir a ser criada uma segunda Portugal Venture Capital Initiative. “Numa fase em que caminha para o termo da sua existência (entidades como o PVCI têm vidas com uma duração estatutariamente delimitada), continua em discussão a possibilidade de vir a ser criado um PVCI II, tendo por investidores institucionais, desta vez, o FEI e a IFD – Instituição Financeira de Desenvolvimento”. O Portugal Growth Capital Initiative é o resultado dessas discussões.

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