União Bancária: “Não podemos criar uma crise na tentativa de prevenir uma crise futura”, alerta Centeno
A União Bancária está "ao alcance" da Zona Euro, segundo Mário Centeno, que garante que a implementação será "gradual" para evitar choques nos mercados financeiros.
O ministro das Finanças português e presidente do Eurogrupo acredita que a União Bancária está prestes a tornar-se uma realidade na Zona Euro. A Alemanha pediu contrapartidas relacionadas com os níveis de crédito malparado e a exposição dos bancos à dívida pública do próprio país e Mário Centeno sublinha que a adoção será gradual para que não se comentam erros, em entrevista ao Público (acesso condicionado).
“O erro que muitos cometeram até há pouco tempo foi olhar para o EDIS [fundo europeu de garantia de depósitos] e para cada uma destas peças em isolamento”, afirmou Centeno, ao jornal, antes da reunião do Eurogrupo que se realiza esta quarta-feira. “O que está em cima da mesa é um leque amplo de iniciativas que terão de ser levadas a cabo de forma gradual, sem provocar qualquer sobressalto nos mercados financeiros. Não podemos criar uma crise na tentativa de prevenir uma crise futura”.
Segundo o ministro das Finanças, estas “peças” incluem um reforço dos instrumentos para lidar com bancos em dificuldades, harmonizando regras de supervisão e resolução bancárias, mas também medidas para incentivar a diversificação de carteiras de títulos soberanos e reduzir a fragmentação ou a proteção de depósitos.
“A proposta alemã, na linha do que vem sendo discutido a nível dos secretários de Estado da UE, propõe a introdução de um fator concentração nos títulos soberanos. Esta medida tem que ser vista em associação com outras. Para mim, é crucial que não percamos de vista o nosso propósito e justificação. Não se trata de impedir os Estados de se financiarem junto dos bancos, especialmente em tempos de crise, mas de garantir que os bancos investem em títulos de diferentes países“, acrescentou Centeno, ao Público.
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