Alojamento local no Algarve gera negócios de 980 milhões e 20 mil empregos
De acordo com um estudo, os proprietários de alojamento local no Algarve destacam como ameaças ao negócio a carga fiscal, a sazonalidade e a regulamentação.
No último ano abriram no Algarve 5.752 unidades de Alojamento Local (AL), setor que é responsável por cerca de 20 mil postos de trabalho, com um volume de negócios anual de 980 milhões de euros, revelou um estudo divulgado esta quinta-feira.
O estudo realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), em parceria com o Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), faz a caracterização dos 32.405 alojamentos existentes no distrito de Faro, entre julho de 2018 e junho de 2019. A amostra tem como base as respostas de 233 empresários, abrangendo 2.947 unidades de AL, entre apartamentos (77%), moradias (21,3%), estabelecimentos de hospedagem (1,3%), hostels (0,3%) e quartos (0,1%).
De acordo com os dados, o mercado do AL gerou um volume de negócios de 981,5 milhões de euros, o que equivale a 19% do Produto Interno Bruto da região, tendo o Estado arrecado em impostos cerca de 160 milhões de euros. A maioria dos alojamentos encontravam-se anteriormente desocupados ou eram utilizados como casa de férias e 24,3% eram utilizados como habitação própria permanente.
A maioria dos proprietários das unidades (66,1%) exercem a sua atividade como pessoa coletiva e gerem 88,1% dos alojamentos, apresentando um grau de habilitações elevado, indica. A taxa média de ocupação verificada no último ano situou-se em 65%, sendo os mercados britânico, francês e português os mais relevantes como destinos emissores, sendo os hóspedes, maioritariamente, casais com filhos.
Em declarações à Lusa, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, considerou que o estudo “é muito relevante, porque se pode constatar que mais de 40% das casas que estão em AL estavam desocupadas, foram adaptadas e melhoradas”. Por outro lado, o número de pessoas que o setor emprega até à AHRESP “surpreendeu”, uma vez que “gera cerca de 20 mil empregos diretos e mais de 66 mil indiretos”.
Ana Jacinto acrescentou que o estudo no Algarve “revela dados muito similares ao do resto do país”, permitindo “ter uma informação hoje muito perto da realidade”. O turismo e, em particular, a gestão do AL é a principal atividade e foco dos proprietários, tendo a maioria (72,9%) efetuado um investimento até dez mil euros.
Os empresários vêm como ameaças ao negócio a carga fiscal, a sazonalidade e a regulamentação, embora se mostrem otimistas face ao crescimento da procura turística no setor. Apontam, no entanto, a necessidade de serviços de apoio especializado no domínio fiscal e jurídico, formação e preparação comercial para conduzir o negócio.
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