Medo da China? ByteDance estuda vender parte do TikTok

A chinesa ByteDance está a ponderar vender parte da rede social TikTok numa tentativa de aliviar os receios dos EUA em torno da segurança da aplicação. Pode ainda instalar uma sede fora da China.

A empresa chinesa ByteDance admite vender uma parcela maioritária do TikTok, a popular plataforma de vídeos verticais que tem conquistado milhões de crianças e jovens em todo o mundo, sobretudo nos EUA. Esta será uma das opções em cima da mesa para responder às preocupações das autoridades norte-americanas, que temem que a aplicação seja uma ameaça à segurança do país.

Segundo a Bloomberg (acesso condicionado), a ByteDance está ciente dos entraves ao crescimento mundial do TikTok por a empresa estar sediada em Pequim. Por isso, encontra-se a estudar opções para proteger o valor da empresa. Entre elas estará a venda de uma parcela maior aos atuais investidores, como o SoftBank, a Sequoia Capital e o grupo Susqyehanna, uma operação que poderá custar a estas empresas mais de 10 mil milhões de dólares.

Ainda de acordo com a agência, a ByteDance prefere manter o controlo do TikTok, tendo em conta o crescimento e aceitação que a plataforma tem merecido. Além disso, contactado, um representante da empresa garantiu que estas informações não passam de “rumores”.

Os receios surgem depois de a Administração Trump ter imposto severos bloqueios e sanções à empresa chinesa Huawei, alegando que a tecnológica pode ser usada pelo regime do presidente Xi Jinping para espiar os cidadãos norte-americanos. A Huawei sempre negou as acusações. Além disso, as mesas autoridades já levantaram dúvidas semelhantes acerca da ByteDance, cujo principal negócio no ocidente — a plataforma TikTok — tem atraído centenas de milhões de crianças e jovens e todo o mundo.

Esta notícia surge numa semana em que se sabe que a ByteDance também está a considerar instalar uma sede fora da China, uma prova do esforço que está a ser empenhado em romper com a associação do TikTok a Pequim. A notícia foi avançada pelo The Wall Street Journal (acesso pago), que indica que entre as cidades a serem consideradas está Singapura, Londres e Dublin. Atualmente, a ByteDance não tem qualquer sede oficial. Os órgãos de topo da empresa estão concentrados em Xangai e as operações nos EUA são comandadas a partir de Los Angeles, segundo o mesmo jornal.

O TikTok está a ganhar popularidade em todo o mundo por permitir criar, editar e publicar vídeos com música e efeitos especiais. Este conteúdo gerado pelos utilizadores é, depois, organizado num feed inteligente, com curadoria de um algoritmo, o que atrai os utilizadores por longos períodos de tempo à aplicação.

Em outubro, dados consultados pelo ECO mostraram que o TikTok já tem mais de 800 milhões de utilizadores mensais ativos, sendo três vezes maior do que o Twitter a este nível. Os dados expuseram ainda um crescimento avassalador da aplicação junto da população mais nova, com 27% dos utilizadores entre 13 e 17 anos, 42% entre 18 e 24 anos e 16% entre 25 e 34. Em média, estes utilizadores abrem a app oito vezes por dia, num total de 46 minutos gastos na aplicação.

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