Crédito Agrícola pagava 2 mil euros à mulher do CEO para dar “estabilidade emocional”
"Para o exercício das minhas funções e responsabilidades, necessito de disponibilidade total e, acima de tudo, estabilidade emocional", justificou Licínio Pina numa carta datada de agosto de 2018.
“A minha esposa é há mais de 36 anos o meu fator de equilíbrio e sempre me ajudou. Quando aceitei este desafio, coloquei como condição tê-la ao meu lado.” É assim que Licínio Pina, presidente executivo do Crédito Agrícola justifica o facto de a sua mulher receber uma subvenção mensal de dois mil euros do banco. Uma subvenção que o banco decidiu pôr fim no atual mandato de 2019-2021, avança o Diário de Notícias (acesso livre)
O gestor negou o pagamento desta subvenção, em entrevista ao Dinheiro Vivo/TSF, em novembro deste ano, mas escreveu uma carta, datada de agosto de 2018, em resposta a uma carta anónima que circulou no grupo, onde justifica o pagamento: “Para o exercício das minhas funções e responsabilidades, necessito de disponibilidade total e, acima de tudo, estabilidade emocional”, justificou, ainda.
Fonte oficial do banco justificou a discrepância das afirmações como facto de a carta se referir a “denúncias anónimas e reportadas ao mandato de 2016-2018”. “O mandato atual de 2019-2021 está devidamente autorizado pelas autoridades reguladoras sem qualquer observação efetuada à equipa do conselho de administração executivo da Caixa Central e do CA“, acrescenta a mesma fonte citada pelo Diário de Notícias.
O Grupo Crédito Agrícola não revela a partir de que data é que o pagamento deixou de ser feito, nem que tipo de respostas deu às questões colocadas pelo Banco de Portugal sobre esta matéria, para além de não confirmar o valor da subvenção paga. Na mesma carta, Licínio Pina dizia que o pagamento tinha sido decidido pelo “próprio Conselho Geral e de Supervisão”. “Em fevereiro de 2016”, este órgão “encontrou uma solução que é subtraída da minha remuneração bruta, não acrescentando custo adicional”, pode ler-se na missiva.
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