Trabalhadores dos registos entram em greve até sábado. Adesão ronda os 80%
Sindicato Nacional dos Registos reivindica o "fim dos salários ilegais, superiores ao Presidente da República", promoções e contabilização/compensação dos pontos acumulados, para progressão.
Uma greve decretada pelo Sindicato Nacional dos Registos (SRN) tem início esta quinta-feira e prolonga-se até sábado, em defesa de reivindicações como “o fim das assimetrias salariais”. A greve, que já provocou o encerramento de lojas do registo comercial e civil por todo o país, teve uma adesão de 80%, segundo o sindicato.
Os efeitos da greve já se fazem sentir “em todo o país, com serviços encerrados um pouco por todo o lado”, disse à Lusa o presidente do SRN, Rui Rodrigues. Segundo contas do SRN, a adesão ao primeiro dia de greve “ronda os 80% e na sexta-feira deverá subir para os 90%”.
As razões do protesto, que termina no sábado, prendem-se com o novo diploma dos vencimentos. O SNR alerta que está para breve a produção de efeitos de um diploma que “incorpora e cristaliza” as “assimetrias salariais”, verificando-se uma “falta de esclarecimento e clarificação” do que está em causa e “qual o verdadeiro salário a auferir por cada um dos trabalhadores”.
Exigindo ao Governo “diálogo e franca negociação”, o SNR reivindica, entre outros pontos, o “fim dos salários ilegais, superiores ao Presidente da República”, a “reconhecida promoção/compensação imediata de todos os escriturários a escriturários superiores” e a “contabilização/compensação dos pontos acumulados, para progressão, de todos aqueles que se encontram no último escalão indiciário”.
Na lista de reivindicações está ainda o cumprimento da negociação coletiva, os subsídios de insularidade e de interioridade, o fim da mobilidade discricionária, a melhoria das condições de trabalho (salubridade das instalações, equipamentos e condições de atendimento), a abertura e regulamentação de concursos internos e externos e a criação de um regime mais favorável às aposentações e pré-aposentações.
Juntamente com o anúncio dos dias de greve após o Natal, o sindicato apresenta uma proposta de serviços mínimos que assegura atos como casamentos civis urgentes, por perigo de morte ou na iminência de parto, testamento em perigo de morte e casamentos civis já agendados antes da data da convocação da greve.
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