PCP saúda fusão entre EMEF e CP mas alerta para o que falta fazer “para reverter o caminho de destruição da ferrovia”
A fusão entre a CP e a EMEF concretiza-se na quarta-feira, dia 1 de janeiro. Em reação a esta decisão do Governo, o PCP saúda a integração em causa, mas alerta para o que falta fazer na ferrovia.
O PCP destacou, esta segunda-feira, a importância da reintegração da EMEF na CP, uma medida que “não pode ser desligada da persistência” dos comunistas, mas alertou para “o muito que falta fazer para reverter o caminho de destruição da ferrovia”.
Segundo o decreto-lei que regulamenta a operação, a fusão entre a CP e a EMEF concretiza-se em 01 de janeiro de 2020, considerando o Governo “essencial aumentar a capacitação da CP” para melhorar os serviços. Em comunicado, o PCP considera tratar-se de “uma importante medida”, mas alertou que não pode “esconder o muito que falta fazer para reverter o caminho de destruição da ferrovia nacional”.
“A EMEF foi criada em 1993, já então com a oposição dos ferroviários e do PCP, que bem denunciaram que a intenção por detrás da separação era a privatização. Ao longo dos últimos 26 anos, o PCP foi a principal força política que se bateu contra este processo, exigindo a integração da EMEF na CP”, refere o mesmo texto.
Na perspetiva do PCP, a concretização desta fusão “não pode por isso ser desligada da persistência do PCP e da luta desenvolvida ao longo destes anos pelos trabalhadores do setor ferroviário”. “O PCP lamenta, no entanto, o tempo que o PS levou a atender às justas posições do PCP e dos ferroviários, bem como o facto de, noutras matérias estruturantes para o transporte ferroviário em Portugal, que o PS e o seu Governo continuem submetidos a interesses que se afastam da defesa deste setor”, aponta.
Entre “o muito que continua por fazer e reverter”, os comunistas destacam a necessidade de “reconstruir a capacidade de trabalho da EMEF, através da contratação de trabalhadores efetivos”, a melhoria das “condições laborais e remuneratórias na CP e na EMEF” ou a reintegração na CP do transporte ferroviário de mercadorias que foi “oferecido a uma multinacional Suíça”.
Definir um quadro de apoios justo à CP, “acabando com o seu subfinanciamento crónico, através de um Contrato de Serviço Público justo e auditável” e “reverter a fusão da REFER com as Estradas de Portugal e reunificar a REFER e a CP” são outras das medidas que o PCP considera prioritárias.
“O PCP reafirma que, da mesma forma que valeu a pena lutar durante 26 anos pela concretização deste objetivo que hoje se assinala, que é justo e necessário continuar a intervir e a lutar para garantir o futuro do transporte ferroviário nacional – com inegáveis vantagens no plano económico, ambiental, social e territorial – colocando-o ao serviço do povo e do país”, conclui.
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