Tensão no Médio Oriente assusta investidores. Europa cai, Galp Energia ampara descida de Lisboa
Assassinato do "número dois" do Irão pelos EUA provocou ondas de choque também na Europa. Praças do Velho Continente deslizaram. Lisboa cedeu, mas a Galp Energia impediu uma queda mais expressiva.
Depois de um arranque de ano fulgurante, as praças europeias viveram um dia de quedas expressivas. Assassinato de um general iraniano por um drone norte-americano em Bagdad, no Iraque, fez aumentar receios dos investidores quanto a uma escalada de violência naquela região do Médio Oriente, afastando-os dos ativos de risco. Lisboa seguiu as pares do Velho Continente, mas a Galp Energia acabou por amparar a queda do PSI-20.
Enquanto o índice britânico escapou à pressão vendedora, tendo o FTSE 100 subido 0,18%, no resto da Europa os ecrãs de negociação “pintaram-se” de vermelho. O Stoxx 600 encerrou a sessão com uma desvalorização de 0,43%, enquanto o alemão DAX derrapou 1,36% e o francês CAC-40 cedeu 0,11%. Do outro lado do oceano Atlântico, o industrial Dow Jones perde 0,83%, enquanto o Nasdaq cai 0,69% e o S&P 500 perde 0,64%.
Em Portugal, o PSI-20 não escapou à tendência negativa, mas desvalorizou apenas 0,45%, para 5.242,13 pontos, com a generalidade das cotadas em queda, mas o setor energético a contrariar.
A bolsa sucumbiu ao peso do BCP, a cotada mais penalizada nesta sessão. O banco liderado por Miguel Maya entrou em 2020 a ganhar 3,94% na sessão anterior. No entanto, esta sexta-feira, os títulos da empresa eliminaram parcialmente essa subida, tendo registado uma queda de 2,89%. Cada ação vale agora 20,47 cêntimos.
Também a Jerónimo Martins pressionou o principal índice português. A dona dos hipermercados Pingo Doce recuou 1,21%, para 14,735 euros.
Mas os sinais foram mistos no setor energético, um dos mais representados no maior índice português. Enquanto as ações da EDP Renováveis caíram 1,16%, para 10,26 euros, a casa-mãe impediu uma desvalorização maior no PSI-20, ao ganhar 0,29%, para 3,857 euros.
O maior contributo, porém, foi dado pela Galp Energia, que beneficiou de uma subida de mais de 3% no preço do petróleo em Londres. Com o Brent a cotar nos 68,26 dólares, os títulos da petrolífera portuguesa ganharam 2,40%, para 15,34 euros.
A subida expressiva do preço do crude também é explicada com as tensões entre EUA e Irão. A notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, autorizou o assassinato de Qassem Soleimani, um poderoso general com ligações ao líder supremo do Irão e visto como uma espécie de “número dois” do regime, causou ondas de choque por todo o mercado.
Neste contexto, o preço do ouro continua a avançar, à medida que os investidores vão procurando refúgio noutros ativos para além das ações. A onça ganha 1,39%, para mais de 1.550 dólares.
Fora dos principais índices e longe das tensões militares, o desempenho dos títulos da Impresa esteve em destaque. A dona da SIC valorizou 4,17% esta sexta-feira, dia em que o grupo anunciou a contratação de Ricardo Araújo Pereira à estação concorrente TVI. Os títulos tocaram máximos de um mês, ao cotarem nos 22,5 cêntimos. Chegaram a ganhar mais de 5% durante a negociação.
Evolução das ações da Impresa na bolsa de Lisboa
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