“Se não chegar a primeiro-ministro, tenho de fazer emergir o meu sucessor”, diz Rui Rio

  • ECO
  • 10 Janeiro 2020

Se vencer as diretas e não conseguir levar o PSD ao poder, Rui Rio promete que terá sucessão garantida. "Tenho de fazer emergir o meu sucessor", disse.

Rui Rio acredita que só ele próprio pode devolver ao PSD o poder que o partido perdeu e promete que, se vencer estas eleições para representar os social-democratas, mas não ganhar o país, terá um sucessor preparado para ser um dia primeiro-ministro. No futuro, não descarta um eventual acordo com o partido Chega.

“Não fiz [nestes últimos dois anos], seguramente, a oposição que quis, porque para fazer a oposição que gostaria de ter feito para pôr o partido a funcionar como eu entendia que devia ser, teria de ter tido uma paz interna que não tive”, começou por dizer Rui Rio, em entrevista à TSF, acrescentando que os “sobressaltos, obstáculos internos, boicotes internos e todas essas dificuldades” não permitiram ao PSD “atingir aquilo que são os máximos que tem à sua disposição”.

Uma vitória nas eleições diretas será a única forma de levar o PSD ao poder? “É muitíssimo mais fácil o PSD chegar ao poder se eu ganhar as eleições de sábado do que se eu não ganhar”, respondeu Rui Rio, acrescentando que isso, na sua opinião, é “evidente”.

“Se eu ganhar as eleições e se eu não conseguir chegar ao poder, mesmo ganhando as eleições, compete-me a mim procurar trabalhar o partido de uma tal forma que, nessa altura, quando tiver que sair, eu tenha sido capaz de criar uma, duas ou três figuras que tenham peso institucional, forma e competência, para poderem ser primeiro-ministro de Portugal”, disse.

E explicou: “Se ganhar as eleições e ainda não conseguir chegar a primeiro-ministro, tenho de fazer em paralelo — o partido tem de fazer em paralelo — um trajeto em que faça emergir aquele que deve ser o meu sucessor, que para chegar ao poder — coisa que no cenário que estou a dizer, não terei conseguido, não é — se conseguir chegar ao poder, o problema está resolvido”.

É “um bocadinho exagerado classificar o Chega de fascista ou extrema-direita”

Rui Rio considera que o Chega tem algumas posições extremistas e populistas, mas não descarta, no futuro, um eventual acordo com o partido de André Ventura. Mas isso vai depender. “Vai depender daquilo que for a evolução do Chega até à data em que isso possa eventualmente ser necessário”, afirmou.

Para o social-democrata, o Chega é um partido “muito jovem, está a começar, só tem um deputado”. E, por isso, “é muito difícil perceber o que é que o Chega vai ser daqui por um ano ou daqui por dois anos”.

Contudo, atualmente, Rio Rio não tem muitas dúvidas. O partido “tem efetivamente algumas posições extremistas e algumas posições de perfil populista”, mas “é um bocadinho exagerado classificarmos o Chega de fascista ou de extrema-direita”.

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