“Nenhum deputado do PSD tem moral para falar dos preços da TAP”, acusa Pedro Nuno Santos
Foi uma discussão acesa no Parlamento, depois de o PSD ter questionado o ministro sobre os preços cobrados pela TAP nas viagens para a Madeira.
Ao fim de quase seis horas de audição, os ânimos exaltaram-se no Parlamento, gerando uma discussão à volta dos preços praticados pela TAP nas viagens à Madeira e na sua privatização. O PSD questionou o ministro das Infraestruturas sobre estes montantes cobrados, ao que Pedro Nuno Santos respondeu que, se o PS não tivesse revertido o processo de privatização da TAP, nem sequer se poderiam questionar estes preços.
Já há muito que o PSD tem vindo a alertar para os preços praticados pela companhia aérea nacional nas viagens entre o continente e o arquipélago, e o assunto foi novamente levantado esta segunda-feira, durante uma audição do ministro das Infraestruturas e da Habitação, no âmbito do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).
“Hoje, só estamos a falar da TAP porque se conseguiu garantir 50% da empresa em 2015. Porque o PSD privatizou a TAP, entendia que a TAP deveria ser privatizada”, começou por responder Pedro Nuno Santos, depois de ter sido inquirido pelo deputado social-democrata Paulo Neves.
O ministro afirmou mesmo que, “se o Estado não estivesse na TAP”, a preocupação da companhia aérea com os preços cobrados aos madeirenses “era muito menor” do que atualmente. O tom da troca de acusações entre a bancada social-democrata e a mesa do ministro elevou-se e Pedro Nuno Santos atirou: “Se fizéssemos o que o PSD queria, [os portugueses] comiam os preços e calavam. Só estamos a discutir aqui hoje os preços da TAP porque um Governo socialista reverteu [o processo de privatização], se não o PSD — responsável pela privatização que travámos — não colocava aqui a questão”.
“Nenhum deputado do PSD tem moral para falar da TAP”, acusou o ministro. “Se o Estado não estivesse na TAP, tenho dúvidas que a TAP ainda cá estivesse”, continuou, acrescentando que “foi muito difícil voltar a ter 50% da TAP”. E voltou a sublinhar a ideia que, se a TAP fosse privada, como o PSD queria, os portugueses “levavam com os preços que eles [TAP] quisessem”.
“Se há partidos que não se podem queixar dos preços praticados pela TAP são o PSD e o CDS. Vocês queriam que a TAP fosse uma empresa 100% privada. PCP e Bloco de Esquerda podem queixar-se, mas vocês [PSD] podem queixar-se zero”, rematou.
Apesar desta participação de 50% no capital da TAP, o responsável pela pasta das Infraestruturas reconhece que o Estado “não tem influência na gestão corrente da empresa”.
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