Banca italiana brilha com plano de ajuda
Fundo de 20 mil milhões de euros que Roma quer criar retira pressão sobre os bancos italianos. Amanhã termina a oferta de troca de dívida do Monte dei Paschi, que vai decidir futuro da instituição.
Respiram de alívio os investidores em Itália. O Governo italiano prepara-se para apresentar ao parlamento a constituição de um fundo no valor de 20 mil milhões de euros para assistir o problemático setor financeiro do país. Na bolsa milanesa, destacam-se os ganhos dos bancos Unicredit, Intesa Sanpaolo e Mediobanca, que ganhavam mais de 1%. E ainda o Monte dei Paschi, que tem estado no olho do furacão e cujas ações avançavam 2,85% para 19,15 euros.
A medida surge numa altura particularmente sensível sobretudo para o Monte dei Paschi. O banco tem em curso um plano de recapitalização no valor de cinco mil milhões de euros, numa operação que tem várias frentes: os obrigacionistas do banco poderão trocar até às 13h00 desta quarta-feira aproximadamente 2.100 milhões de euros de obrigações por ações; adicionalmente, até final da semana o banco deve terminar a colocação de ações junto de investidores institucionais — segundo a imprensa italiana, a administração do Monte dei Paschi está em contacto com o fundo soberano do Qatar, os Correios Italianos e outros investidores internacionais para concorrerem ao aumento de capital.
“Se todos estes esforços não forem bem-sucedidos, muito provavelmente será necessária a intervenção estatal que deverá estar terminada até ao final do ano”, explicam os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa.
Segundo explicou o primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, a constituição do fundo “é uma medida de precaução“. “Acreditamos que é nosso dever tomar esta medida para proteger as poupanças. Espero que todos os grupos parlamentares partilhem esta responsabilidade”, disse Gentiloni aos jornalistas, no final do conselho de ministros.
Com este plano, Roma tenta evitar uma crise de desconfiança no setor bancário, que tentam limpar a todo o custo os seus balanços compostos por empréstimos na ordem dos 360 mil milhões de euros, o que representa perto de um terço deste tipo de empréstimos na Zona Euro.
"Acreditamos que é nosso dever tomar esta medida para proteger as poupanças. Espero que todos os grupos parlamentares partilhem esta responsabilidade.”
O Monte dei Paschi o epicentro desta crise, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter recusado dar mais tempo aos responsáveis para concretizarem o plano de reforço de capitais, abrindo cada vez mais a porta a uma intervenção estatal.
Também o UniCredit tem previsto um aumento de capital em 13 mil milhões de euros numa operação está prevista para o início de 2017 e o alastrar da crise poderia afetar o processo de recapitalização.
Há momentos, o FTSE Mib de Milão avançava 0,75% para 19.111,55 pontos, sendo a praça que mais ganhava no cenário europeu.
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