Itália prepara plano B para resgatar Monte dei Paschi
O Tesouro italiano estará a preparar um plano B "preventivo" para resgatar o Monte dei Paschi, onde está prevista uma intervenção estatal no capital do banco, avança o jornal "Il Sole 24 Ore".
O Executivo italiano está já a preparar um Plano B para resgatar o Monte dei Paschi, caso o banco italiano não consiga angariar capital através dos seus acionistas e outros investidores. A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal italiano Il Sole 24 Ore, que diz que dentro deste plano está prevista uma intervenção direta “preventiva” por parte do Governo no capital do banco, estando já preparado um decreto para o efeito. O jornal italiano não cita a fonte desta informação.
Ainda segundo o Il Sole 24 ore, os gestores do Monte dei Paschi irão reunir-se com o Banco Central Europeu. Sobre a mesa está o adiamento da venda da carteira de crédito malparado.
Está previsto que este Plano B está previsto avance caso falhe o plano de recapitalização do Monte dei Paschi que está a ser levado a cabo, onde está prevista uma injeção de cinco mil milhões de euros através dos acionistas e outros investidores.
Obrigacionistas aceitam trocar por capital 1,2 mil milhões em obrigações
Ainda esta segunda-feira ao final do dia, o Monte dei Paschi anunciou que os seus obrigacionistas aceitaram trocar cerca de 1,2 mil milhões de euros em dívida subordinada por ações do banco. Este montante representa quase um quarto dos 4,3 mil milhões de euros de valor da oferta proposta. Os resultados finais da operação foram divulgados esta segunda-feira ao final do dia pelo banco italiano.
O montante ficou um pouco acima face aos 1,04 mil milhões de euros que o Monte dei Paschi antecipava conseguir trocar, uma operação que decorreu ainda antes de os italianos terem rejeitado este domingo referendar uma proposta de alteração à Constituição e do primeiro-ministro Renzi se ter demitido.
“É um resultado muito bom, mas aquilo que é crucial para o sucesso do acordo é o compromisso por parte dos investidores âncora”, afirmou Fabrizio Spagna, responsável pela gestão de ativos da Axia Financial Research, citado pela Bloomberg, acrescentando estar “cético de que haja indivíduos disponíveis para subscrever as ações e o resultado do referendo pode acrescentar pressão“.
Esta troca é um dos três passos principais do plano de reestruturação daquele que é o mais antigo banco do mundo. Este plano prevê ainda uma injeção de capital por parte de investidores âncora e a venda de ações. O objetivo deste Plano A é usar o capital angariado para cobrir perdas do desinvestimento em malparado, um requisito imposto pelo BCE. Caso esta operação falhe poderá precipitar o Monte dei Paschi para a resolução, que poderia representar perdas tanto para acionistas como obrigacionistas e provocar um efeito de contágio ao resto do setor europeu.
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