Nova dívida emitida por Portugal em 2019 custou apenas 1,1%
Dívida direta do Estado ascendeu a 251.012 milhões de euros no final de 2019, mais 2% que no ano anterior. No entanto, os juros destes títulos têm afundado.
O custo da dívida emitida por Portugal no ano passado custou apenas 1,1%. Nunca o país tinha pago tão pouco para se financiar, segundo revelam os dados finais de 2019, de acordo com o boletim mensal da Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP.
Os dados divulgados pela entidade liderada por Cristina Casalinho mostram que o custo médio da dívida emitida por Portugal situou-se em 1,1% entre janeiro e dezembro, o que corresponde a um novo mínimo histórico desde, pelo menos, 2010, quando começam os registos do IGCP.
O valor compara com a taxa de juro média de 1,8% registado em 2018 e com os máximos de 5,8% pedidos pelos investidores em 2011, no pico da crise financeira e no ano em que Portugal pediu o resgate à troika. Desde então que o custo da dívida pública tem vindo a cair.
As condições externas favoráveis dos mercados financeiros, especialmente os estímulos monetários do Banco Central Europeu (BCE), têm sido a principal razão apontada para Portugal pagar juros mais baixos nas emissões de Obrigações do Tesouro (OT) e persistentemente negativos nas colocações de Bilhetes do Tesouro (BT).
Quanto ao custo do stock da dívida (incluindo juros das novas emissões e dos títulos já existentes), ainda não são conhecidos os dados finais de 2019, mas em 2018 este situou-se em 2,8%. A redução das yields exigidas ao país para emitir nova dívida, a par dos reembolsos realizados de dívida emprestada pela troika (que tem juros mais elevados) deverá levar o juro médio do stock da dívida a afundar no total do ano passado.
O boletim divulgado esta sexta-feira indica ainda que o saldo da dívida direta do Estado ascendeu a 251.012 milhões de euros no final de dezembro, uma subida de cerca de 2% face aos 245.558 milhões registados no final do ano anterior. Destes, mais de 50 mil milhões de euros ainda são do empréstimo da troika.
Custo da dívida direta do Estado
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