Scor mantém processos judiciais contra Covéa e Barclays
Um juiz britânico recusou um pedido do Barclays para adiar o processo movido pela Scor em ligação com outra ação judicial da resseguradora contra a Covéa.
O processo contra o banco britânico é parte da ação legal que a Scor iniciou contra a Covéa e o seu CEO, Thierry Derez, por causa de uma tentativa infrutífera da mútua francesa para adquirir o negócio P&C (resseguro patrimonial e danos) da resseguradora em meados de agosto de 2018 por um montante estimado de 8,3 mil milhões de euros.
A Scor colocou a ação contra o Barclays no Reino Unido por quebra de confiança, alegando que este banco, enquanto consultor da Covéa, recebeu e aceitou informações confidenciais sobre a Scor.
As informações partilhadas, que a Scor alega terem sido obtidas por Derez devido ao mandato que este exercia na administração da Covéa, incluíam detalhes sobre uma potencial fusão com o grupo Partner RE, negociações que na altura a Scor negava terem sido formalizadas.
O Barclays, por seu lado, não reconhece ter praticado qualquer irregularidade alegando que as informações partilhadas não eram confidenciais, mas a Scor mantém os processos criminais contra Derez e a Covéa nos tribunais franceses por violação de confiança e ocultação da irregularidade.
Com o pedido junto do tribunal, o Barclays tentava suspender o processo que corre na justiça do Reino Unido até depois do resultado dos processos que decorrem em França. No entanto, a sentença proferida por um tribunal superior em Londres determina que a suspensão do processo aberto na jurisdição britânica representaria um “prejuízo substancial” para a Scor e um prejuízo “limitado” para o Barclays.
Uma moratória no processo do Reino Unido seria prejudicial para a Scor e potencialmente privaria o grupo francês de provas testemunhais que lhe permitiriam determinar a extensão de qualquer quebra de confiança pelo Barclays e Derez, disse o juiz.
Assim, as audiências judiciais deverão mesmo acontecer em maio de 2020 nas duas jurisdições.
A tentativa de aquisição que originou a disputa judicial atualmente a correr nos tribunais refere-se a uma proposta da Covea para comprar o negócio da Scor por 43 euros por ação, uma contrapartida que, segundo considerou o presidente e CEO da visada, Denis Kessler, “subestimava grosseiramente o verdadeiro valor” da Scor.
Além do negócio de resseguro nos ramos P&C e Vida, que tornam a Scor a quarta maior resseguradora global, a companhia francesa desenvolve atividade na área de gestão de ativos.
De acordo com números relativos a 2018, o grupo Scor encerrou o exercício com 15,3 mil milhões de euros em volume bruto de prémios de resseguro (+7,1% de aumento anual a taxas de câmbio constantes) e 322 milhões de euros de lucro líquido.
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