Passes sociais: Transportadoras exigem mais dinheiro para manter serviços

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2020

As transportadoras rodoviárias querem uma compensação de 4% para manter as carreiras, reclamando dos custos que os novos passes sociais trouxeram.

Os passes sociais trouxeram mais pessoas aos transportes públicos, levando as empresas rodoviárias a reforçar carreiras. Contudo, segundo estas transportadoras, estes reforços não estão a ser devidamente compensados. Assim, exigem ao Governo uma compensação financeira de 4%, caso contrário poderá haver menos autocarros a circular e até carreiras podem vir a ser cortadas.

“O aumento de procura gerado pelo programa PART (de apoio à redução tarifária) levou à subida da oferta, o que agravou os custos de operação. Só cortando carreiras e reduzindo circulações conseguiremos baixar esses custos. Não queremos fazer isso, mas há mais operadores que se preparam para reduzir serviços caso esta situação não se resolva rapidamente”, diz Luís Cabaço Martins, presidente da Antrop, em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo.

E os primeiros cortes já começaram mesmo a ser sentidos na margem sul do Tejo. No início de janeiro, a TST cortou quatro carreiras e reduziu várias circulações porque se chegou a uma situação de “insustentabilidade económica e humana”. Nesta empresa, o número de passageiros aumentou 2,4% no espaço de um ano.

Desde o arranque dos novos passes sociais, em abril, estas empresas tiveram de reforçar o serviço para dar resposta ao aumento da procura. Os efeitos foram mais sentidos na Grande Lisboa, sobretudo à hora de ponta, com o número de passageiros a aumentar 20%, o que levou a “pagar mais horas extraordinárias aos motoristas, a desviar autocarros de aluguer para o serviço público e a comprar mais veículos”.

O problema é que os operadores não foram compensados, defende Cabaço Martins. Para este ano foi definida uma subida dos preços dos transportes em 0,38%, em linha com a taxa de inflação do ano passado, só que as empresas queriam uma subida de 3,96%: “Sugerimos que a diferença de percentagens nos fosse paga diretamente pelas autoridades de transportes como compensação pelo aumento de custos sofrido desde o ano passado”.

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