Portugal obtém 1.250 milhões com juros mais negativos
O Tesouro português foi esta quarta-feira aos mercados financiar-se em 1.250 milhões de euros. E os juros, que estão em terreno negativo, voltaram a cair ainda mais.
Portugal foi esta quarta-feira aos mercados para se financiar em 1.250 milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo. E os juros, que se têm fixado em terreno negativo nas últimas operações de financiamento da República, voltaram a cair ainda mais no leilão desta manhã.
O IGCP, entidade pública responsável pelo financiamento do Governo, obteve 300 milhões de euros em bilhetes do Tesouro a três meses com uma taxa de -0,50%. Compara com a taxa de -0,475% observada numa leilão semelhante realizada em outubro do ano passado.
Já no leilão de bilhetes com maturidade de 11 meses, foram levantados 950 milhões de euros a um juro de -0,484%. É também uma taxa menos negativa do que se registou na operação de outubro (-0,45%).
Em ambos os casos, a procura dos investidores manteve-se robusta, apesar de se ter verificado um ligeiro enfraquecimento face ao último leilão comparável. No caso dos bilhetes a três meses, os investidores queriam 1.047 milhões de euros, mas só foram emitidos 300 milhões (a procura foi 3,49 vezes superior à oferta). Nos títulos a 11 meses a procura ficou 1,47 vezes acima do montante emitido pelo IGCP.
Juros voltam a cair
Fonte: IGCP
No total, a agência liderada por Cristina Casalinho obteve 1.250 milhões de euros em dívida de curto prazo, o montante máximo previsto para esta operação.
Portugal continua a beneficiar do atual ambiente de juros baixos na Zona Euro, com os investidores a não se importarem de “pagar” para emprestar dinheiro ao país. Esta situação decorre do facto de o Banco Central Europeu (BCE) estar a promover políticas ultra expansionistas para animar a economia da região, razão pela qual te mantido as suas taxas em mínimos históricos.
“O crescimento mais anémico que temos presenciado pelo mundo, aliado de um novo risco, o coronavírus, não tem permitido uma mudança de discurso por parte dos bancos centrais, o que faz com que as políticas acomodatícias que estão implementadas para já permaneçam. O vislumbre de uma subida de taxas para já é distante e como tal a procura por yield continua”, comentou Filipe Silva, do Banco Carregosa. “Portugal, apesar de já emitir regularmente em leilões de curto prazo com taxas negativas, ainda o faz com um custo inferior a outras geografias, por isso continua a ser atrativo para os investidores que necessitam de ter investimentos em instrumentos de dívida de curto prazo”, explicou ainda.
(Notícia atualizada às 11h00 com comentário de Filipe Silva, do Banco Carregosa)
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