Frasquilho: “Venda do Novo Banco arrasta-se há tempo demais”
O presidente da AICEP deixou alguns alertas, designadamente para a necessidade de "confiança do setor financeiro", esperando que a venda do Novo Banco "seja coroada de sucesso rapidamente".
O presidente Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Miguel Frasquilho, defendeu a necessidade de o país continuar a “batalhar” pela completividade, mas deixou “alguns alertas”, nomeadamente quanto ao endividamento público, à elevada tributação da atividade económica e à necessidade de “confiança e de resiliência do setor financeiro”.
“É certo que a conjuntura é positiva, é certo que Portugal está no radar dos investidores, mas nós temos de olhar para os sinais que nos vão sendo transmitidos”, disse, aludindo ao facto de o país ter recuado em alguns dos principais ‘rankings’ de competitividade globais, como por exemplo o do World Economic Forum.
Miguel Frasquilho defendeu a necessidade de se identificar as áreas em que Portugal se compara pior.
"É certo que a conjuntura é positiva, é certo que Portugal está no radar dos investidores, mas nós temos de olhar para os sinais que nos vão sendo transmitidos.”
“As três áreas em que comparamos pior são o endividamento público, onde estamos quase no fim da tabela: se Portugal ocupa a posição 46 em 138 países [no World Economic Forum], aqui estamos na posição 134″, apontou, acrescentando que já no caso da tributação da atividade económica, ou seja, impostos elevados sobre as empresas e famílias, o país está na posição 120.
“Também na confiança e na resiliência do setor financeiro”, Portugal está na posição 130 e “estas são áreas em que nós precisamos de atuar”, apontou.
Questionado sobre o impacto da atual situação do setor financeiro em Portugal, o presidente da AICEP afirmou que “quando há qualquer fator que introduz perturbações adicionais, isso nunca é positivo”.
E prosseguiu: “Por exemplo, eu espero que a venda do Novo Banco seja coroada de sucesso e seja coroada de sucesso rapidamente porque ela já se arrasta há tempo demais”.
Além disso, “espero que processo da Caixa Geral de Depósitos entre também num processo de acalmia, que é fundamental para o setor financeiro, estamos a falar do maior ‘player’, da maior instituição do setor onde houve claramente um processo de escolha de uma equipa de gestão que não correu como devia ter corrido, não correu bem por múltiplas e variadas razões”, acrescentou.
"Espero que processo da Caixa Geral de Depósitos entre também num processo de acalmia, que é fundamental para o setor financeiro, estamos a falar do maior ‘player’, da maior instituição do setor onde houve claramente um processo de escolha de uma equipa de gestão que não correu como devia ter corrido, não correu bem por múltiplas e variadas razões.”
“Interessa também que os outros ‘players’ no setor, os maiores, encontrem a estabilidade que também têm vindo a procurar. (…) Se as instituições com maior peso conseguirem encontrar a tranquilidade que todos desejamos, então ficaremos com uma situação que ajudará também à recuperação da economia, porque um setor financeiro que não tem estabilidade, não transmite essa imagem de confiança, também não consegue auxiliar a economia como ela precisa de ser auxiliada”, concluiu o presidente da AICEP.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Frasquilho: “Venda do Novo Banco arrasta-se há tempo demais”
{{ noCommentsLabel }}