Covid-19: Consultas online na China atingem 1,1 mil milhões
A plataforma digital Good Doctor da chinesa Ping An, terceira maior seguradora do mundo, bateu todos os recordes desde os primeiros rumores da epidemia. A S&P diz que crise é gerível pela indústria.
A plataforma digital de serviços médicos Good Doctor, da seguradora chinesa Ping An, a terceira maior companhia do mundo após a UnitedHealth e a AXA, registou 1.100 milhões de consultas desde o início da epidemia do Covid-19. Desde janeiro último a frequência decuplicou.
O portal de saúde já era um fenómeno quando, em setembro passado, anunciou 300 milhões de clientes registados, um terço do total de chineses com acesso à Internet. Na mesma altura anunciou o lançamento da primeira de mil “clínicas em um minuto” a implantar na China. Estes postos, são pequenos quiosques sem nenhum funcionário e que opera apenas por meio de inteligência artificial. O software utilizado tem em banco de dados mais de 2 mil doenças comuns, com seus sintomas, diagnósticos e tratamentos. A partir de uma análise do quadro do paciente, o sistema identifica a doença e indica o tratamento em apenas um minuto. Caso haja necessidade de medicação, as clínicas têm cerca de 100 categorias de remédios em estoque. Se for preciso um medicamento indisponível, a pessoa pode pedi-lo pelo próprio app do Ping An Good Doctor. Não há informação sobre como estes quiosques, potenciais focos infeciosos, estão a ser geridos neste momento.
As consequências para a indústria seguradora mundial são consideradas geríveis, segundo um recente relatório da agência de rating Standard & Poors (S&P). São considerados sinistros de interrupção de negócios dada a importância da China nas cadeias logísticas mundiais e poderá afetar as bolsas asiáticas mais que outras. Ainda a Ping An, registou uma quebra de cotações de apenas 0,5% na bolsa de Hong Kong desde o início do ano.
A S&P diz que é de prever maior número de participações de sinistros, mas indústria de seguros e resseguros europeia e norte americanas vão ultrapassar o momento sem problemas quanto a lucros e necessidades de capital.
Os ramos mais afetados serão Aviação, seguros de crédito e cancelamento de eventos, para além de seguros de viagem, cujo cancelamento pode estar coberto.
Os seguros de viagem estão a levar a respostas como os da seguradora AIA, em Singapura, que estendeu a cobertura ao coronavirus, mas com período de carência de 14 dias após o início do contrato. Também as coberturas de cancelamento de viagem “por qualquer razão” estão a ser subscritas com 21 dias de carência.
Em relação às vendas em geral a quebra tem sido acentuado na China onde os mais de um milhão de mediadores ativos têm sofrido com a tentativa de encontros pessoais, referenciados como essenciais para a venda de produtos Vida.
Para a S&P o Covid-19 continua a ser classificado um surto que, no pior cenário pode tornar-se uma pandemia. Nesse caso os riscos podem acentuar-se para os seguradores globais no ramo Vida, dada a mortalidade que vai provocar. No entanto, não terá expressão suficiente para afetar as contas da indústria, para além de, ligeiramente, as do primeiro trimestre de 2020.
Segundo os dados de 24 de fevereiro da Organização Mundial de Saúde existem 79.331 casos confirmados de Covid-19, dos quais 77.262 na China onde já ocorreram 2595 mortes devido ao vírus. No resto do mundo existem 2.069 casos, em 29 países e já se registaram 23 mortes.
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