Medo do coronavírus volta a castigar bolsas. Lisboa cai mais de 2%
Suíça, Áustria, Croácia confirmaram primeiros casos do novo coronavírus. Mil turistas em Espanha estão isolados. Itália contabiliza sete mortos. Covid-19 continua a espalhar o medo. Nas bolsas também.
Pelo segundo dia consecutivo, as bolsas europeias voltaram a ser bastante castigadas perante evoluir descontrolado do surto do novo coronavírus, particularmente na Europa. Vários países europeus confirmaram esta terça-feira os primeiros casos de infeção por Covid-19. Isto enquanto Itália continua a somar doentes e vítimas mortais. Esta terça-feira, voltaram a intensificar-se os receios dos investidores. A bolsa de Lisboa caiu mais de 2%.
O PSI-20, o principal índice português, perdeu 2,22% para 5.081,49 pontos, com praticamente todas as cotadas em terreno negativo. Já ontem tinha tombado mais de 3% na pior sessão desde o referendo britânico sobre o Brexit, em junho de 2016.
O BCP caiu 3,78% para 0,1733 euros e registou um dos piores desempenhos. Também a EDP saiu penalizada: as ações da elétrica desvalorizaram 3,68% para 4,532 euros.
Pharol e Mota-Engil, com menos preponderância no índice nacional, fecharam a sessão com afundanço de 5%, num dia em que apenas a Ibersol acabou por escapar a nova vaga de medo nas bolsas por causa do coronavírus.
Lisboa volta a ceder
China deixou de ser o principal foco de preocupação, com a Europa a registar casos a cada hora que passa. Itália já contabilizou mais de 280 infetados pelo Covid-19, tendo já sete vítimas mortais a lamentar. Em Espanha, um hotel nas Canárias está isolado com cerca de 1.000 turistas no seu interior depois de ter hospedado um infetado. Entretanto, países como a Suíça, a Áustria e a Croácia confirmaram primeiros casos.
Foi neste cenário de agravamento da propagação do novo vírus que os mercados acionistas voltaram a assistir novo “sell off”. O FTSE MIB, a principal praça financeira de Itália, caiu 1,44%, enquanto o espanhol IBEX-35 cedeu 2,4%. Em Paris e Frankfurt as perdas também foram de 2%, com o índice Stoxx 600 a ceder 1,8%.
Entretanto, em Wall Street, que havia iniciado a sessão em alta, também mergulho no vermelho. O S&P 500 recua 1,23%.
“Achamos muito difícil que o número de casos nos EUA seja tão baixo como os que foram reportados. Acreditamos que tendo em conta o fluxo de chineses, coreanos e iranianos, um surto junto da comunidade americana é cada vez maior”, disseram os analistas da Jefferies.
“Estes surtos significativos em Itália, Irão e na Coreia do Sul sugerem que outros surtos com Covid-19 podem ocorrer em muitos outros lugares”, acrescentaram.
Considerado um ativo de refúgio em tempos de incerteza, desta vez nem o ouro brilhou: a onça do metal amarelo desvaloriza quase 1% para 1.644,41 dólares, depois de ter atingido máximos de sete anos esta segunda-feira.
(Notícia atualizada às 16h54)
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