Barreiro já tem plano B depois do chumbo do terminal de contentores

A Câmara Municipal do Barreiro vai agora concentrar-se na atração de empresas dos setores da Logística e Turismo para o concelho, oferecendo em troca benefícios fiscais.

Depois do Ministério das Infraestruturas e da Habitação ter anunciado esta quinta-feira que a construção do novo terminal de contentores do Porto de Lisboa já não vai avançar, respeitando assim o parecer desfavorável da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a Câmara Municipal do Barreiro não perdeu tempo a chorar sobre leite derramado. Já tem um plano B em marcha para o desenvolvimento económico do concelho, confirmou ao ECO o vereador Rui Braga, responsável pelo Departamento de Planeamento, Gestão Territorial e Equipamentos.

“O Barreiro tem futuro e há outras soluções em cima da mesa. A bacia do Tejo tem vocação para atrair várias indústrias. Estamos a rever o nosso Plano Diretor Municipal e com este capítulo do terminal de contentores encerrado estamos libertos de expectativas e podemos adaptar os terrenos para o futuro. Acabámos de publica em Diário da República um novo plano de incentivos fiscais para a sediação de empresas no Barreiro”, garantiu Rui Braga. Serão privilegiadas “indústrias limpas e ambientalmente sustentáveis”, dos setores da Logística e Turismo, por exemplo, entre outros.

O Barreiro tem futuro e há outras soluções em cima da mesa. A bacia do Tejo tem vocação para atrair várias indústrias. Estamos a rever o nosso Plano Diretor Municipal e com este capítulo do terminal de contentores encerrado estamos libertos de expectativas e podemos adaptar os terrenos para o futuro.

Rui Braga

Vereador da Câmara Municipal do Barreiro

Sem os territórios da bacia do Tejo “reféns” de uma decisão da APA sobre a viabilidade ambiental do terminal do Barreiro, a Câmara Municipal vai também concentrar-se na construção de novas acessibilidades, à boleia do projeto do novo aeroporto do Montijo.

Com este “parecer desfavorável ao projeto”, o Barreiro “não perde nada, mas deixa de ganhar”, diz Rui Braga, remetendo para o estudo económico já realizado, que dava conta de uma vantagem de vários “milhões largos” para a economia local. Numa carta enviada ao presidente da APA, Nuno Lacasta, em dezembro de 2018, o autarca do Barreiro, Frederico Rosa, dava conta de um investimento expectado superior a 500 milhões de euros.

Sem esquecer a criação de emprego: alguns milhares de novos postos de trabalho diretos e indiretos, “numa região onde a taxa média de desemprego mantêm-se acima da média nacional”.

Afastando “estados de alma” sobre um projeto que era “importante e estruturante para a cidade”, Rui Braga diz que o importante nesta fase é “fechar a porta, seguir em frente e não ficar com os territórios na expectativa” da construção de uma obra que não vai avançar.

O vereador reconhece e respeita as competências da APA para avaliar os impactes ambientais do terminal e garante que a Câmara Municipal do Barreiro respeita a decisão do Governo.

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