Governo da Madeira declara quarentena obrigatória para quem chega à região

  • Lusa
  • 14 Março 2020

Quem viajar para a região da Madeira terá de ficar em quarentena e isolamento social. Ilha ainda não registou qualquer caso e quer continuar assim.

O Governo Regional da Madeira decretou este sábado que todos os passageiros que aterrem nos aeroportos da Madeira e Porto Santo ficam em situação de quarentena e isolamento social obrigatório a partir das 00h00 de domingo.

Esta foi uma das medidas anunciadas em conferência de imprensa pelo presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, que salientou que “a Madeira não pode estar à espera do Governo da República” para impedir aterragem de voos provenientes de países que estão em situação mais problemática.

Vamos decretar quarentena e isolamento social obrigatórios a qualquer passageiro que desembarque nos aeroportos do Porto Santo e da Madeira – Cristiano Ronaldo”, declarou, sublinhando: “Isto é para cumprir”.

O governante insular falava depois de ter reunido este sábado com representantes das várias forças de segurança, designadamente Proteção Civil, policiais, guarda Nacional Republicana e militares.

O responsável mencionou que havia contactado o Governo da República para tomar medidas no sentido da suspensão por sete dias das operações aéreas com países de transmissão ativa da doença, nomeadamente Dinamarca, a França, a Alemanha, a Suíça e Espanha, mas não obteve até ao momento qualquer resposta da República

Destacando que a Madeira é uma região que ainda não registou qualquer caso do novo coronavírus, Miguel Albuquerque argumentou ser necessário “tomar medidas radicais”.

O chefe do executivo madeirense reforçou que como “a decisão nacional relativamente aos países que tem transmissão ativa ainda não está tomada”, teve de contornar a situação.

“Eu tomo outra decisão que é no sentido de salvaguardar, que é meter tudo em quarentena e assim é também uma forma de dissuadir os estrangeiros de virem à Madeira”, afirmou, opinando que neste momento não se trata de uma “questão de custo”.

Realçando que se regista neste momento um “aumento de 57 casos” a nível nacional, defendeu ser necessário “salvaguardar uma zona do país que não tem nenhum caso é uma questão efetiva”.

Sobre a forma como será efetivada a medida, o governante informou que os passageiros serão “fiscalizados” pelas autoridades regionais, nomeadamente as policiais.

“Vamos fiscalizar. As pessoas preenchem o boletim [à chegada] e depois as autoridades fiscalizam não tenham dúvidas sobre isso. Ficam nos hotéis e em casa”, enfatizou.

Questionado sobre o facto de estarem previstas 35 chegadas de aviões só durante este sábado, Miguel Albuquerque reforçou que “vai ter que haver forma de fiscalizar” se estão a cumprir a quarentena.

Para colmatar as perdas económicas no setor hoteleiro, mencionou que vai reunir segunda-feira com os elementos do setor “no sentido de começar a aplicar e regular a aplicação dos primeiros 50 ME de ajuda.

Ainda recordou ter a anuência do primeiro-ministro para a região realizar uma operação de financiamento excecional de cerca de 200 ME “para o apoio à economia regional, designadamente às empresas e aos agentes económicos”.

O número de casos confirmados em Portugal de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19, subiu hoje para 169, mais 57 do que os contabilizados na sexta-feira, e os casos suspeitos são agora 1.704.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), dos 1.704 casos suspeitos, 126 aguardam resultado laboratorial. Há ainda 5.011 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde, menos do que na sexta-feira (5.674).

O novo coronavírus 19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 143 mil pessoas, com casos registados em mais de 135 países e territórios.

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