Estivadores do Porto de Lisboa dizem-se impedidos de cumprir requisição civil

  • Lusa
  • 18 Março 2020

Apesar da requisição civil decretada pelo Governo, o presidente do sindicato dos estivadores garante que dezenas de trabalhadores foram impedidos "pelas empresas" de entrar no Porto de Lisboa.

O presidente do Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) denunciou esta quarta-feira que dezenas de estivadores voltaram a ser impedidos “pelas empresas” de entrar no Porto de Lisboa, apesar da requisição civil decretada pelo Governo.

“Os trabalhadores estão a ser impedidos de entrarem nos terminais do Porto de Lisboa para trabalharem. Nós chamámos a Polícia Marítima. Há aqui uma situação de lock out, disse à Lusa António Mariano.

O presidente do SEAL recordou que a resposta do Governo face à greve foi a requisição civil, apesar de os trabalhadores estarem a cumprir os serviços mínimos desde o início da paralisação, sublinhando que apesar da iniciativa do Governo as empresas não permitem a entrada dos estivadores.

“Há uma requisição civil por parte do Governo. Estão a acusar os trabalhadores de se recusarem a trabalhar e de não cumprirem os serviços mínimos, mas desde o início da greve que o sindicato escala todos os trabalhadores para os serviços mínimos para os quais são requisitados e desde terça-feira que assistimos a esta situação”, frisa.

Para o presidente do SEAL a situação é inaceitável porque face à ordem do Governo “na prática” é o sindicato que recebe as requisições para colocar os trabalhadores nos navios elaborando as escalas. Mas, refere, “neste momento” metade dos estivadores do Porto de Lisboa estão a ser impedidos de trabalhar.

“Alguém terá de explicar como é que no meio de uma pandemia (Covid-19) se consegue criar aqui uma situação que para nós é uma “mistificação” de um supostamente incumprimento de serviços mínimos quando o que temos aqui é claramente um lock out por parte das empresas”, acusa.

“A questão é que as empresas que pretendem levar à insolvência abriram companhias paralelas ao lado e aqui reside a questão do despedimento encapotado. Pode ser isto a que estamos a assistir. Não há tentativa de despedimento de 54 pessoas mas sim de todos os estivadores da empresa de trabalho portuário de Lisboa”, disse ainda António Mariano.

O SEAL tenciona emitir ainda esta quarta-feira um comunicado dirigido ao Governo sobre a situação que se vive no Porto de Lisboa.

Para o sindicato, a greve mantém-se inalterada estando a registar-se atrasos nos pagamentos dos salários e verificando-se o incumprimento do acordo de 2018 estando também em cima da mesa a insolvência da A-ETPL, Associação-Empresa de Trabalho Portuário de Lisboa.

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