PSI-20 dá novo tombo. Afunda 5% e renova mínimos históricos
Criado nos anos 90 do século passado, o PSI-20 nunca tinha negociado em níveis tão baixos, numa altura em que Portugal se prepara para entrar em estado de emergência devido ao coronavírus.
A bolsa de Lisboa afundou para o valor mais baixo de sempre. Numa altura em que o país se prepara para entrar em estado de emergência devido ao coronavírus, a pandemia continua a penalizar as ações e os investidores tentam avaliar o potencial impacto na economia. Neste cenário, o PSI-20 afundou 5% para 3.641,80 pontos. Oito das 18 cotadas acumularam perdas superiores ao índice.
O Governo português anunciou esta quarta-feira um pacote de estímulos para a economia, que tem um valor de aumento da liquidez imediata das empresas e dos trabalhadores independentes de 9.200 milhões de euros. Prevê linhas de crédito para as empresas dos setores mais afetados, flexibilização dos pagamentos ao Fisco e à Segurança Social e medidas no sistema bancário. No entanto, não chegou para convencer os investidores.
O índice de referência nacional, que foi criado em 1993, tinha atingido o valor mais baixo de sempre há dois dias e esta quarta-feira renovou mínimos. A Ibersol liderou as perdas no PSI-20, tendo afundado 14%, seguida da Altri (-10,05%) e Semapa (-9,19%). “O mercado nacional terminou o dia novamente em baixa, perdendo assim os ganhos de ontem [terça-feira]. Tal como tem sido a marca da atual configuração bolsista, a sessão nacional espelhou as vicissitudes da envolvente externa”, explica o BPI, numa nota de fecho da sessão.
Na energia, a EDP tombou 8,65% para 3,307 euros, a EDP Renováveis perdeu 8,56% para 9,29 euros e a Galp Energia recuou 3,72% para 8,50 euros. Além do sentimento generalizado na bolsa, a petrolífera está a ser penalizada pela desvalorização do petróleo. O Brent de referência europeia cai 10,86% para 25,6 dólares por barril e o crude WTI perde 17% para 22,39 dólares.
Entre outros pesos pesados do índice destaca-se ainda a desvalorização de 4,47% dos CTT (para 1,968 euros por ação) e de 4% do BCP (para 0,1008 euros). No retalho, tanto a Sonae (-7,19%) como a Jerónimo Martins (-2,81%) fecharam igualmente no vermelho. A única exceção foi a Corticeira Amorim (que devido à forte exposição internacional tem sido das cotadas mais penalizadas), ao valorizar 1,32% para 7,70 euros.
Manteve-se assim a montanha russa que se tem vivido nas bolsas. “A deteriorar o sentimento dos investidores do Velho Continente esteve porventura a inexistência na União Europeia de um plano fiscal idêntico aos dos EUA e nenhum sinal que a epidemia está a desacelerar. Neste contexto, o nervosismo dos investidores recaiu sobre os setores mais expostos à atual conjuntura, como as transportadoras aéreas, as companhias petrolíferas e mineiras, etc”, acrescentam os analistas do BPI.
O Stoxx 600 afundou 4,3%, enquanto o alemão DAX perdeu 5%, o francês CAC 40 tombou 5,6% e o britânico FTSE MIB caiu 3,7%. Com o sentimento de risco a agravar, os juros das dívidas também espelharam esse sentimento: a yield das obrigações portuguesas a dez anos subiu para mais de 1,5%, o que não acontecia desde fevereiro do ano passado.
Bolsa de Lisboa tomba para mínimos históricos
(Notícia em atualização)
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