CBRE organiza “flash calls com especialistas e convida clientes a participar”
A CBRE acredita que foi "rápida e eficaz" a lidar com o surto de coronavírus, pondo a trabalhar remotamente mais de cem trabalhadores. Mesmo em casa, há que manter o mercado imobiliário vivo.
O diretor-geral da CBRE Portugal está entre regime de teletrabalho, mas isso não o impede de gerir a empresa e assegurar que o mercado imobiliário não pára. Francisco Horta e Costa é um dos muitos portugueses que estão a trabalhar em casa e a fazer horas extras para produzir conteúdos que serão partilhados com investidores imobiliários É um dos muitos entrevistados na nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em teletrabalho.
No dia 12 de março, os escritórios da CBRE Portugal, em Lisboa, já estavam vazios. A direção decidiu pôr a trabalhar remotamente os 120 colaboradores, e ninguém foi exceção. Nem o próprio diretor-geral. “Estou sim a trabalhar a partir de casa, bem como a minha equipa”, diz ao ECO Francisco Horta e Costa, afirmando que, para a consultora imobiliária, o teletrabalho é uma “novidade”. “Contrariamente a algumas empresas que já tinham programas de remote work implementados, para a CBRE ainda estava em fase de estudo. O atual contexto veio obrigar-nos a experimentar mas, sobretudo, a adaptarmo-nos, com sucesso e em tempo recorde, a esta nova realidade“, afirma.
Francisco Horta e Costa passa o dia “fechado numa divisão” da própria casa, “ao telefone com pessoas” da sua equipa, “em conference calls ou videoconferências”. Para assegurar que o teletrabalho é bem-sucedido, o managing director da CBRE refere que é importante “garantir que temos a tecnologia certa, quer em termos de hardware, quer em termos de software”. Só assim é possível permitir que “a equipa tenha ótimas condições para, a partir de casa, desempenhar as respetivas funções”.
Já na parte dos clientes — investidores imobiliários — a CBRE opta por inovar, numa altura em que o “cara-a-cara” não é possível. “Estamos a fazer um enorme trabalho de research e comunicação, no sentido de elaborar conteúdos relevantes e oportunos para partilhar com os nossos clientes. Quer seja através de flash calls com diversos experts, em que os clientes são convidados a participar e podem colocar questões, ou com o ajuste em tempo real do post plan para as redes sociais, partilhando artigos com informação ajustada ao momento atual”, explica o responsável. “Sobretudo queremos posicionar-nos como uma fonte de informação credível e relevante para o setor imobiliário nestes tempos de enorme incerteza”.
“Gosto de pensar que fomos rápidos e muito eficazes”
Outro aspeto fundamental ao ter os funcionários em teletrabalho é, “mais do que nunca”, “delegar com confiança”. “E isso apenas é possível quando a equipa de direção tem uma relação de enorme proximidade e cumplicidade com a restante equipa”, diz, detalhando que “cada equipa tem adotado diferentes métodos”, mas está bem definido que “o mais importante é garantir que as equipas não se sentem isoladas” e que “se mantém a qualidade de sempre na resposta” aos clientes. “Na realidade, ganha-se muita eficiência e pragmatismo a trabalhar desta forma, ainda que nada substitua o estar ‘cara-a-cara’ com as pessoas”, sublinha Francisco Horta e Costa.
Ao mesmo tempo que tem os colaboradores em teletrabalho, a CBRE tem o departamento de People a “monitorizar atividade a equipa e familiares para que, caso surja um diagnóstico positivo, rapidamente sejam identificadas as cadeias de transmissão dentro da empresas”, explica o responsável pela consultora ao ECO. Além disso, a CBRE tem distribuído máscaras e luvas para as pessoas que “têm de continuar a deslocar-se pontualmente”. O objetivo é o mesmo: “garantir as melhores condições de defesa de contágio”.
“Vamos ter uma recuperação rápida e acentuada”
Ao ECO, Francisco Horta e Costa confidencia que gostava de voltar à primeira semana em que apareceu o coronavírus, em que “todos vivíamos uma fase de wishful thinking”, e dizer que o surto não afetaria Portugal. “Mas não é assim”, diz. “Trabalhamos todos os segmentos de imobiliário (só não vendemos casas) e sabemos que, alguns deles, nomeadamente o turismo e o retalho, estão a ser fortemente afetados”. Quanto ao impacto nos restantes setores, o especialista diz que ainda é difícil prever, mas que “se trata, principalmente, de um adiar da tomada de decisão, transitando grande parte do volume de negócios expectável do primeiro semestre para a segunda metade do ano“.
Mas “na CBRE não estamos, de todo, pessimistas”, afirma. O managing director da consultora imobiliária acredita que esta pandemia terá “efeitos na economia” e que “certamente, algumas empresas encontrarão dificuldades”. Contudo, o pacote de medidas económicas anunciado pelo Governo, e outras medidas que virão a ser anunciadas, diminui as preocupações.
Quanto ao mercado imobiliário em específico, Francisco Horta e Costa antecipa o adiamento de contratos previstos, mas acredita que a confiança dos “grandes players do setor em Portugal e nas mais-valias do país não foi abalada”. “Acredito que esses investimentos previstos irão, mais cedo ou mais tarde, concretizar-se”, afirma. Isto porque, explica, o contexto atual “não foi provocado por uma bolha imobiliária ou falta de liquidez”, mas sim por “uma epidemia de saúde totalmente imprevisível”. “Acredito que estamos perante uma curva em “v”, significando que, a curto prazo, vamos sentir a nossa economia debilitada, mas teremos logo a seguir uma recuperação rápida e acentuada”.
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