EDP está a perder quota no mercado livre da eletricidade há 26 meses

A EDP Comercial mantém-se na liderança do mercado liberalizado de eletricidade, com grande destaque, mas a distância face à concorrência é cada vez menos. Em fevereiro, a elétrica liderada por António Mexia viu a sua quota de mercado descer pelo 26.º mês consecutivo.

De acordo com o resumo informativo para o Mercado liberalizado de Eletricidade divulgado esta segunda-feira pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em fevereiro, o número de clientes do mercado livre ascendia a cerca de 5,3 milhões de clientes (5,264 milhões). Este número representa um crescimento líquido de cerca de 10,8 mil clientes (0,2%) face a janeiro. “Desde fevereiro de 2019, o número de consumidores no mercado livre cresceu 2,8%, a uma taxa média mensal de 0,2%”, refere a ERSE.

Em fevereiro, 22.638 clientes passaram a ser fornecidos por um comercializador do mercado livre, tendo 6.056 transitado do mercado regulado (MR) e 16.582 entrado diretamente para as carteiras de comercializadores em regime de mercado. Por oposição, 11.827 clientes optaram por sair daquele mercado, com a ERSE a adiantar que “as saídas do ML [mercado liberalizado] corresponderam em grande percentagem a saídas sem contrato”.

Entre entradas e saídas de clientes, a EDP Comercial manteve a liderança no mercado liberalizado, mas perdeu novamente terreno para a concorrência. Em fevereiro, a respetiva quota fixou-se em 77,8%, tendo a elétrica registado o 26.º mês consecutivo de perda de quota, menos 0,2 pontos percentuais face a janeiro.

A EDP Comercial perdeu clientes para a concorrência num mês em que foram registadas 43.829 mudanças de comercializador no mercado livre. A Endesa (6,7% de quota), a Gold Energy (2% de quota), bem como o conjunto de comercializadores agrupados na rubrica “outros” (1,4% de quota), conquistaram essa perda de mercado registada pela EDP Comercial, tendo registado cada um, um aumento das suas quotas em 0,1 pontos percentuais. Todos os demais comercializadores mantiveram sensivelmente as suas quotas: a Iberdrola (6,2%), a Galp (5,2%), a GN Fenosa (0,4%) e a Axpo (0,3%).

No que respeita a consumo, em fevereiro, foi registado um aumento. Em termos anualizados este fixou-se no mercado livre em 43.487 GWh, um acréscimo de 61 GWh face a janeiro. Em termos homólogos, o consumo no mercado livre também cresceu: cerca de 0,2%, face ao consumo de 43.417 GWh em fevereiro de 2019, o que corresponde a uma taxa média mensal de crescimento de 0,01%.