TAP pediu ajuda ao Estado. Mas não se pode excluir “auxílio dos acionistas privados”, diz Frasquilho

O chairman da TAP refere que o grupo "atravessa o momento mais delicado dos seus 75 anos de existência", pelo que fez já um pedido formal de auxílio ao Estado.

Numa altura em que a TAP “atravessa o momento mais delicado dos seus 75 anos de existência”, foi feito um pedido formal de ajuda ao Estado português, aponta o chairman do grupo. Mas não se pode excluir também o “auxílio dos acionistas privados”, refere Miguel Frasquilho, numa audição no Parlamento.

Em alturas como esta é necessário também “perguntar aos acionistas se têm capacidade para auxiliar as empresas”, aponta o presidente do Conselho de Administração do grupo TAP, nesta audição que foi requerida pelo Bloco de Esquerda, sobre “a situação da empresa e planos para o futuro”.

Ainda assim, Miguel Frasquilho admite que duvida “que muitos acionistas privados tenham capacidade de auxiliar as respetivas empresas na dimensão necessária”, tomando como exemplo casos noutros países. O chairman aponta assim que vão “trabalhar com os acionistas da TAP e também com o Estado soberano para providenciar as melhores condições para que a empresa possa operar”.

Quanto ao pedido feito ao Estado, Miguel Frasquilho aponta que tem expectativa que se possa conhecer a resposta “muito em breve”. O Governo tem vindo a admitir a possibilidade de nacionalizar a transportadora, e o chairman aponta que esta solução “não pode ser descartada”.

“Todas as hipóteses estão em cima da mesa, desde diferimento de pagamentos ao Estado, concessão de garantias ou empréstimos convertíveis em ações. Mas isto vai também depender da capacidade que os acionistas tenham de poder recapitalizar a empresa“, rematou. O Governo está a estudar a opção de um empréstimo convertível em ações como a solução de financiamento da companhia, segundo apurou o ECO.

Entre as medidas requeridas pela TAP ao Estado encontra-se o “apoio de tesouraria e benefícios fiscais extraordinários por 12 meses”, onde se inclui, por exemplo, a isenção do pagamento da TSU (taxa social única) ou a isenção do pagamento das taxas aeroportuárias cobradas pela ANA. Foram também pedidas medidas de apoio financeiro a conceder pelo Estado, bem como outras relacionadas, por exemplo, com reembolsos aos passageiros em voucher.

Miguel Frasquilho admite que este apoio poderá vir com condições. “Quando se formula o pedido esperamos que haja recetividade da entidade mas também estamos conscientes de que esse auxílio irá aparecer com condicionalismo associado”, disse, acrescentando que “quem ajuda pode impor condições”.

TAP vai começar a voar “muito lentamente em maio”

Respondendo aos deputados sobre os planos futuros da empresa, o chairman da TAP ressalva que ainda há muita incerteza e que “não há um dia, semana ou período para a retoma”. Ainda assim, admite que a expectativa é começar “muito lentamente a ter mais voos em maio”.

Atualmente a transportadora assegura ligações às regiões autónomas e a projeção era, nesse mês, poder retomar voos para Paris, Londres e Porto. No entanto, esta decisão foi tomada antes de ter sido prolongado o estado de emergência em França, por isso é necessário avaliar mais próximo da data, aponta.

Questionado pelo deputado do PCP, Bruno Dias, sobre as negociações para a entrada da Lufthansa no capital da empresa, Miguel Frasquilho diz que “se aconteceram contactos entre acionistas e potenciais interessados em assumir posição na TAP, isso não passou pelo Estado”, garantindo que “não houve contactos entre Estado e potenciais interessados”.

O chairman referiu ainda que oficialmente não foram informados, mas que, a terem existido contactos, “foram completamente ultrapassados pelas circunstâncias, e neste momento não é uma questão em cima da mesa”, até pelo facto de que a Lufthansa também está a pedir ajuda ao Estado.

(Notícia atualizada às 12h50)

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