Centeno diz que já há “mais de um milhão de trabalhadores em lay-off”
O ministro das Finanças, Mário Centeno, revelou esta quinta-feira que já há mais de um milhão de trabalhadores em lay-off.
O Estado já está a pagar o salário a mais de um milhão de trabalhadores dada a forte adesão ao regime simplificado de lay-off, segundo Centeno. A ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, tinha dito ontem que eram mais de 930 mil trabalhadores e António Costa falou de “cerca de um milhão”. Nas últimas semanas, o Governo tinha estimado que um milhão de trabalhadores iria aderir ao lay-off, estimativa que já foi ultrapassada.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, está a ser ouvido esta quinta-feira na Comissão do Orçamento e Finanças (COF) no Parlamento. “Esses apoios estendem-se também à enorme rede de proteção social e do emprego, que tem como dimensão mais relevante o regime simplificado de lay-off, que até ao momento já protegeu mais de um milhão de empregos em Portugal“, disse. Mais adiante na audição, Centeno especificou que há 1 milhão e 18 mil trabalhadores em lay-off.
Ontem, também no Parlamento, Ana Mendes Godinho disse que o número de trabalhadores abrangidos por esta medida já atingiu os 931 mil, sublinhando que o lay-off simplificado está, assim, a funcionar como uma “almofada para manter os postos de trabalho durante esta fase”.
Já o primeiro-ministro disse ontem que os dados que disponíveis indicam que o conjunto de empresas que tinham requerido adesão ao lay-off têm nos quadros cerca de um milhão de pessoas. “Isto não quer dizer que a totalidade dessas pessoas sejam abrangidas pela medida“, ressalvou.
Na audição, Mário Centeno revelou ainda que “cada mês de lay-off que envolva um milhão e meio de trabalhadores — neste momento, temos um pouco mais de um milhão — pode ter um custo aproximado de mil milhões de euros”.
Programa de Estabilidade será entregue com estrutura diferente
Mário Centeno explicou aos deputados que o Programa de Estabilidade 2020-2024 terá uma estrutura “distinta” por causa do momento que os países vivem por proposta da Comissão Europeia.
A outra mudança é a data de entrega que será definida também por Bruxelas. O normal teria sido o Governo apresentar o documento ontem, mas esse prazo nacional foi adiado — com a aprovação do Parlamento — para o prazo europeu que é até ao final deste mês. No entanto, a Comissão Europeia poderá adiar ainda mais a entrega do PE.
Quanto ao OE 2020, Centeno assumiu que irá apresentar um orçamento retificativo. “Face a uma tão profunda alteração do cenário macroeconómico, mas também do âmbito de intervenção das entidades públicas, em ambos os casos numa escala sem precedentes, já em ocasiões anteriores se admitiu a necessidade de se apresentar um orçamento suplementar, o que também não sucedia há muito“, explicou.
“O Estado é o agente com maior capacidade de desenvolver instrumentos para reduzir o impacto desta crise na economia neste momento“, afirmou Mário Centeno, garantindo que “será o agente privilegiado para desenvolver instrumentos para relançar a economia num futuro próximo” através da redução da incerteza e do aumento da confiança.
(Notícia atualizada às 19h28 com mais informação)
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