Centeno diz estar “muito perto” de um acordo no Eurogrupo
O presidente do Eurogrupo está a fazer os últimos esforços para conseguir um acordo na reunião desta semana que já foi adiada e prolongada diversas vezes. "Estamos muito perto de um acordo", garante.
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, está a fazer esforços de última hora para tentar chegar a acordo sobre as medidas a adotar pela União Europeia para combater o impacto económico do coronavírus. Afastadas as “coronabonds”, a discussão centra-se agora na forma como serão utilizados os fundos do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), mas o diabo está nos pormenores e a discórdia também.
“Contactos intensos com os meus colegas ministros das Finanças antes de recomeçar o Eurogrupo ao anoitecer. A confiança dos nossos cidadãos depende de nós. Temos de chegar a um acordo“, escreveu Centeno no Twitter, ilustrando com uma fotografia em que está ao telemóvel. Este é um último esforço antes de retomar a reunião que foi interrompida na terça-feira após 16h de discussão.
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Minutos mais tarde, Mário Centeno voltou ao Twitter para garantir aos europeus que o Eurogrupo está “muito perto” de um acordo. “Eu confio — eu ainda confio — que desta vez nós todos vamos estar à altura da ocasião e mostrar o necessário espírito de compromisso, que é o alicerce da nossa União [Europeia]”, escreveu o presidente do Eurogrupo.
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O recomeço da reunião estava marcado para as 16h (hora em Lisboa), mas já foi adiado para as 17h e posteriormente para as 18h, de acordo com o porta-voz oficial do presidente do Eurogrupo, o qual refere que os “contactos [entre os Governos] continuam”. Os adiamentos também ocorreram na terça-feira, tendo sido cancelada a conferência de imprensa que estava prevista, o que demonstra a incapacidade dos Estados-membros de chegar a um acordo.
A discórdia centra-se na condicionalidade ou a sua inexistência ligada ao acesso às linhas de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). A maioria dos países e muitos economistas argumentam que não pode haver condições dada a dimensão e a natureza do choque económico desta pandemia, mas outros Estados-membros como a Holanda rejeitam e querem manter as condições previstas nesses instrumentos.
“O MEE é um financiador de último recurso, quando os países estão com profundos problemas financeiros. Do nosso ponto de vista, a utilização deste orçamento tem de ser acompanhada de alguma forma de condições“, admitindo apenas a inexistência de condições para o dinheiro que seja usado na área da saúde, explicou o ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, que já foi criticado duramente por António Costa e esta quinta-feira por Jean-Claude Juncker, ex-presidente da Comissão Europeia, que o chamou de “irresponsável”.
Antes de a reunião começar na terça-feira, Mário Centeno disse que o Eurogrupo estava a preparar “o maior e mais ambicioso” pacote de medidas económicas de sempre da União Europeia. Esta quinta-feira acabará o “prazo” de duas semanas dado pelo Conselho Europeu (órgão que reúne os líderes europeus) para que o Eurogrupo encontre uma resposta económica à pandemia.
(Notícia atualizada às 15h52 com um novo tweet de Mário Centeno)
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