Administradores financeiros menos otimistas estimam redução de custos
Os inquiridos num estudo da Deloitte apontam que a redução do impacto económico da pandemia passa por alterações no funcionamento das organizações.
A maioria dos administradores com o pelouro financeiro (CFO) das empresas nacionais está menos otimista quanto ao desempenho das suas firmas e acredita que vai ser necessária uma redução de custos, de acordo com um inquérito da Deloitte.
Assim, 59% destes gestores estão menos otimistas “em relação aos resultados financeiros das suas empresas para 2020, quando comparado com as expectativas desenhadas no início do ano”, segundo um comunicado da consultora divulgado esta sexta-feira, que deu conta dos resultados do “CFO Survey-Covid-19 Flash Report”, da Deloitte, realizado durante o mês de março.
Na mesma nota, a consultora revela que “esta é uma tendência que já se fazia sentir nas respostas recolhidas na primeira quinzena de março, aquando do aparecimento dos primeiros casos de covid-19 em Portugal, com 57% dos inquiridos a admitir um menor otimismo em relação ao futuro, mas que se acentuou na segunda quinzena”, com o aumento do número de casos “recolhendo 67% das respostas nesta fase”, de acordo com a Deloitte.
A consultora concluiu ainda que, segundo os inquiridos, a redução do impacto económico da pandemia passa por alterações no funcionamento das organizações “entre as quais a redução de custos internos, nomeadamente com viagens e reuniões; a implementação de novas formas de trabalhar que incluem, por exemplo, o trabalho remoto e a revisão dos planos de comunicação para ir ao encontro das necessidades dos ‘stakeholders’ (envolvidos) internos e externos.
Ainda assim, 60% dos administradores financeiros “esperam poder aumentar ou manter o número de colaboradores das suas empresas ao longo do próximo ano, ao passo que 40% admite avançar para uma redução dos seus recursos humanos”, de acordo com a Deloitte.
A nível europeu, estes gestores “estão ligeiramente menos otimistas do que os portugueses, com um total de 63% dos inquiridos a revelar uma menor confiança no futuro”, segundo o comunicado.
Citado na mesma nota, Nelson Fontainhas, ‘partner’ da Deloitte Portugal, referiu que “era expectável que, nesta fase, houvesse um menor otimismo por parte dos CFO no que diz respeito às perspetivas económicas de futuro”, sublinhando, que o “tecido empresarial português tem vindo a demonstrar uma enorme resiliência e capacidade de adaptação à atual conjuntura, com novos procedimentos, ofertas e formas de trabalhar, que serão fundamentais para atenuar os efeitos da pandemia na economia nacional”.
Este estudo contou com a participação de cerca de 1.000 gestores financeiros de 18 países europeus: Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Polónia, Portugal, Rússia, Suécia e Suíça. Em Portugal contou com a participação de 63 profissionais.
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