Navigator reduz produção de papel pela primeira vez. Vão ser menos 700 toneladas por dia
A pandemia de coronavírus provocou uma quebra na procura de papel. A Navigator tomou a decisão inédita de reduzir a produção. Suspensão será para já de 30 dias.
A partir de quarta-feira a Navigator decidiu suspender a produção de papel em algumas máquinas. A redução das encomendas levou a papeleira a tomar uma decisão inédita: reduzir a produção em 700 toneladas por dia. Ou seja, uma quebra de 15% na produção. Mas a medida, que tem a duração de 30 dias e que não vai afetar o rendimento dos trabalhadores, pode chegar a uma redução de duas mil toneladas diárias.
“Nas últimas quatro semanas a Navigator registou uma redução significativa nas encomendas de papel, com cancelamentos e sobretudo adiamentos, para o fim deste trimestre e trimestres seguintes, nomeadamente de encomendas a serem produzidas em abril e maio”, justifica a empresa em comunicado enviado esta terça-feira ao mercado.
Por isso a empresa informou o mercado que foi “forçada a reduzir, pela primeira vez na sua história, a sua produção de papel de forma a adequá-la à atual procura nos mais dos 120 mercados onde regularmente opera, suspendendo temporariamente e de forma gradual a produção em algumas das suas máquinas de papel UWF”.
Esta suspensão terá lugar a partir do dia 22 de abril, “por um período por agora estimado de 30 dias“, diz a Navigator subentendo que se a situação nos mercados não melhora a medida poderá ser prorrogada. “No imediato a produção será reduzida em cerca de 700 toneladas por dia, podendo, no máximo, ir até cerca de 2000 toneladas diárias”, precisa.
A empresa do grupo Semapa garante que esta paragem “não terá impacto no rendimento dos trabalhadores”. E que as fábricas de Aveiro e de Vila Velha de Ródão não vão ser afetadas, continuando “a operar dentro da normalidade”.
No entanto, a terceira maior exportadora nacional vai ser forçada a rever de forma “significativa” o seu plano de investimentos para este ano e a adotar medidas de contenção de custos para compensar a redução do seu volume de negócios, que o ano passado foi de 1,68 mil milhões de euros. A Navigator faz questão de sublinhar que “dispõe, atualmente, de uma situação de liquidez confortável, em resultado de um aumento significativo das suas disponibilidades de curto prazo e de uma gestão criteriosa de fundo de maneio”.
“Estamos neste momento a operar em circunstâncias excecionais, e estas medidas, também elas excecionais, afiguram-se necessárias para que o grupo consiga reagir de forma dinâmica às alterações significativas que ocorrem diariamente no mercado”, sublinha a empresa no mesmo comunicado enviado ao mercado. A Navigator quer com esta medida equilibrar a oferta de papel à procura existente, evitando a acumulação de stocks na cadeia de abastecimento.
(Notícia atualizada)
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