36% das pessoas vivem em casas subocupadas. Portugal está acima da média europeia
Mais de um terço da população portuguesa vive em casas subocupadas, o que está acima da média observada na União Europeia em 2018, refere o Eurostat.
Na União Europeia (UE), cerca de três em cada dez pessoas vive em casas sublotadas, ou seja, em habitações demasiado grandes para as necessidades do agregado familiar, refere o Eurostat. Em Portugal essa percentagem de pessoas é ainda maior. Ainda assim e em contraste, em território nacional, há quase 10% da população a viver em casas cujo número de quartos é insuficiente.
Um terço (33%) da população da UE vive em habitações subocupadas em 2018, a percentagem mais alta desde, pelo menos 2010, mostram os dados do Eurostat. Esse cenário é mais acentuado em Portugal, com 36% da população a viver em casas onde o número de quartos excede as necessidades do agregado familiar.
O país onde essa tendência se agrava mais é Malta, com 73,4% das pessoas a viverem em habitações sublotadas, seguindo-se a Irlanda e o Chipre. Pelo contrário, na Roménia, Letónia e Grécia, menos de 15% da população vive nestas condições.
Se a análise for feito à população com mais de 65 anos, estes valores disparam e concluiu-se que 46,9% dos idosos na UE viviam em casas sublotadas, novamente com destaque para a Irlanda, Chipre e Malta, enquanto a Roménia, Letónia e Croácia apresentam as percentagens mais baixas.
10% da população portuguesa vive em casas sobrelotadas
Mas enquanto um terço dos portugueses vive em casas com excesso de capacidade, 9,6% vive em casas sem quartos suficientes para dar resposta às necessidades do agregado familiar, diz o Eurostat. Portugal situa-se, assim, abaixo da média da UE (17,1%) e em 12.º lugar dos 27 Estados-membros da UE com mais população nestas condições.
Para o Eurostat, estas condições não são muito favoráveis numa altura de pandemia. “As famílias sobrelotadas podem sentir-se ainda mais pequenas com as crianças a brincarem na mesma sala em que os pais estão em teletrabalho durante este surto de coronavírus. Além disso, ambientes sobrelotados podem apresentar maior risco na propagação do vírus“, lê-se.
Analisando os Estados-membros da UE, este cenário é mais acentuado na Roménia, Letónia e Bulgária, onde cerca de duas em cada cinco pessoas vive em casas sobrelotadas. No lado oposto da tabela, as menores percentagens de sobrelotação foram observadas no Chipre, Irlanda e Malta. Comparando com 2017, esta parcela da população caiu ligeiramente em todos os países, exceto na Letónia.
O Eurostat refere ainda, em 2018, a percentagem de crianças que vivia em habitações sobrelotadas era superior à percentagem de idosos. Nesse ano, quase um quarto (24,1%) das pessoas até aos 18 anos viviam nestas condições, comparativamente com os 6,9% de pessoas com mais de 65 anos. Mais concretamente, 40% dos jovens na UE que viviam em agregados familiares em risco de pobreza também viviam em habitações superlotadas.
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