Juros da dívida dos periféricos aceleram após Conselho Europeu. Risco de Portugal aumenta
Taxas exigidas pelos investidores para comprarem títulos de Portugal, Espanha e Itália continuam a agravar-se. À espera da resposta da UE, diferencial de juros face à Alemanha está a aumentar.
O Conselho Europeu deu “luz verde” às propostas do Eurogrupo, tendo sido alcançado também um consenso quanto à emissão de dívida em nome da União Europeia para financiar o fundo de recuperação. Foram dados passos, mas mantém-se uma divisão entre os países mais ricos e os mais pobres que está a penalizar estes últimos nos mercados. Os juros dos países periféricos estão a agravar-se.
Se todos concordam em que deverá ser a Comissão Europeia a endividar-se, com base em garantias dos países, para alavancar dinheiro que voltará para os Estados, não há entendimento sobre como será distribuído esse dinheiro: se sob a forma de financiamento ou, como defendem os países mais endividados, a fundo perdido.
Esta indefinição, com alguns países a pressionarem para que seja através de crédito, tem vindo a agravar os juros dos países mais endividados, mantendo-se a tendência neste pós-Conselho Europeu.
Portugal, que esta semana regressou aos mercados para pagar quase três vezes mais pela dívida a 10 anos, vê o juro das obrigações do Tesouro agravar-se em 3 pontos base, para 1,21%. É uma subida semelhante à de Espanha, cuja taxa avança para 1,06%, enquanto Itália regista uma subida de 8 pontos para 2,06%.
A subida dos juros destes países só não tem sido mais expressiva porque o Banco Central Europeu apresentou um pacote de 750 mil milhões de euros para comprar títulos de dívida no mercado. Ainda assim, marca claramente uma diferenciação feita pelos investidores entre os diferentes países do euro, privilegiando a dívida de países considerados mais seguros.
Ao mesmo tempo que as taxas dos países do sul da Europa sobem, os juros da dívida da Alemanha continuam a descer, ficando mais negativos. A yield das Bunds alemãs cai 4 pontos para -0,47%. Está, assim, a aumentar o diferencial de juros entre os países do euro, com o spread entre a dívida de Portugal e a Alemanha a ascender a 168 pontos.
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