CGD sem presidente, Domingues sai já

  • ECO
  • 2 Janeiro 2017

O Ministério das Finanças tinha garantido que António Domingues se mantinha em funções até à chegada de Paulo Macedo. Domingues disse que não. E a CGD fica com uma administração em gestão corrente.

O que começa mal, tarde ou nunca se endireita, diz o povo. A nomeação e demissão de António Domingues da presidência da CGD é a prova disso. Depois do Ministério das Finanças garantir que a atual equipa da CGD ficaria em funções até à entrada de Paulo Macedo – ainda a aguardar aprovação do BCE -, sabe-se agora que Domingues rejeitou essa possibilidade e já não regressa ao banco público.

António Domingues terá comunicado a Mário Centeno na sexta-feira à tarde, revela o JdN, que não tem condições jurídicas para prolongar o mandato até ao final de janeiro. Precisamente depois da informação oficial das Finanças em declarações ao ECO.

Desta forma, a transição terá de ser feita por outros administradores, nomeadamente os quatro que não renunciaram ao mandato e que integravam a equipa de Domingues. Recorde-se que apenas dois – Rui Vilar e João Tudela Martins – continuarão com Paulo Macedo. Mesmo assim, só poderão tomar decisões de gestão corrente. E será assim pela segunda vez no espaço de meses que o maior banco do sistema tem uma administração limitada nas suas funções. Já tinha sucedido o mesmo com José de Matos, que acedeu a prolongar o mandato por um mês a pedido de Mário Centeno antes da entrada de António Domingues.

Esta segunda-feira, a agência Lusa confirmou junto do Ministério das Finanças que António Domingues vai mesmo sair, e que “o período de transição será inteiramente assegurado pelos membros da atual administração que mantêm os respetivos mandatos, sendo expectável que a nova equipa tome posse nos próximos dias”.

Em simultâneo com esta nova dificuldade, o governo tem previsto o arranca da operação de capitalização já no próximo dia 4, quarta-feira. É ‘apenas’ a primeira parte, com a transformação de 900 milhões de euros de CoCos (obrigações) do próprio Estado em capital e, além disse, na incorporação de 650 milhões de euros de ações da Parcaixa no banco público. A recapitalização exige, também, a emissão de mil milhões de euros de obrigações junto do mercado e 2,7 mil milhões de euros de injeção de dinheiro do orçamento do Estado.

Notícia atualizada a 2 de janeiro, às 9:45, com a confirmação do Ministério das Finanças à Lusa.

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