Transferências imediatas dispararam mais de 300% no ano passado

523,1 mil milhões de euros. Foi o valor das transações realizadas pelos portugueses no ano passado. Cartões continuam a dominar operações, mas transferências imediatas foram as que mais cresceram.

Os pagamentos do retalho em Portugal continuam a acelerar. Foram realizadas 3 mil milhões de operações de pagamento durante o ano passado, tendo sido transacionados 523,1 mil milhões de euros, referem dados do Banco de Portugal. A evolução da atividade económica justifica o aumento face face ao ano anterior, com as transferências imediatas, apesar de ainda representarem uma pequena fatia do bolo total, a registarem o maior incremento: mais de 300%.

As operações realizadas no sistema que processa as operações de pagamento de retalho em Portugal, o SICOI, aumentaram 9,3% em número, ” a maior taxa nos últimos cinco anos” salienta o Banco de Portugal no Relatório dos Sistemas de Pagamentos de 2019, acrescentando que em valor a subida foi de 6,4% relativamente ao ano anterior.

Este aumento continuou a ser sustentado pelos instrumentos de pagamento eletrónicos — débitos diretos, transferências a crédito, transferências imediatas e operações de pagamento baseadas em cartão –, sendo que segundo a entidade liderada por Carlos Costa, excluindo o numerário, os cartões bancários continuam a ser o instrumento de pagamento mais utilizado no país, com um peso de 86,6% em número de operações, em linha com o observado no ano passado. Por oposição, os cheques continuam a ser cada vez menos utilizados pelos portugueses para fazerem pagamentos.

No que respeita aos instrumentos de pagamento eletrónicos, todos registaram incrementos de utilização no ano passado. Contudo, o maior foi observado nas transferências imediatas, que foram lançadas em setembro de 2018.

Com cerca de um ano de funcionamento, as transferências imediatas registaram taxas de crescimento muito expressivas, de 311,8% em número e de 521,7% em valor, revelando uma forte adoção deste novo instrumento de pagamento pelos consumidores e, sobretudo, pelas empresas (59% das operações foram ordenadas por particulares e 7% do seu valor teve origem em empresas)”, esclarece o Banco de Portugal. Ao todo, no ano passado, foram realizadas 3,1 milhões de transferências imediatas diárias, num valor total de 4 mil milhões de euros.

Cartões crescem. ATM também

Os cartões bancários que voltaram a ser o instrumento mais utilizado para efetuar pagamentos também engordaram em número, mas apenas graças ao crescimento registado nos cartões de débito. O aumento total do número de cartões foi de 4,2% face ao ano anterior, para um total de 24,6 milhões de cartões de pagamento ativos em Portugal, o que significa que, em média, cada habitante possuía 2,4 cartões no final do ano passado.

Os cartões com função de débito continuaram a aumentar (5,8% em 2019), ascendendo a 23 milhões. “Já os cartões de crédito inverteram a tendência dos últimos cinco anos e diminuíram 1,6%, existindo, no final do ano passado, 8,3 milhões“.

O aumento do número de cartões foi acompanhado por um crescimento do número de terminais de pagamento (TPA), mas também de ATM (caixas Multibanco). “O número de caixas automáticos [ATM] inverteu o decréscimo que tem registado desde 2011 e aumentou 1,1%“, diz a esse propósito o regulador da banca, com o número total a ascender a 14,3 mil no final de 2019. Já os TPA cresceram a uma taxa de 5,3% para 367 mil. Em média, existiam 1,4 caixas automáticos e 35,8 TPA por cada mil habitantes no final do ano passado.

Contactless ganha espaço. Duplica nas compras

No ano passado, também foi notória a utilização crescente dos cartões bancários com tecnologia contactless, sendo que “este comportamento terá resultado, entre outros fatores, dos aumentos do número de cartões e de terminais com esta tecnologia, de 27,5% e 20,7%, respetivamente”, justifica o banco de Portugal.

As compras com recurso à tecnologia contactless representaram 7,8% do número e 3% do valor total de compras com cartão, “duplicando assim o seu peso face ao total das compras em comparação com 2018“. Cada compra com contactless teve um valor médio de 14,5 euros e os principais setores em que esta tecnologia foi utilizada foram o comércio a retalho e a restauração.

As compras online com cartões nacionais também cresceram: 43% em número e 28% em valor, representando, respetivamente, 6,3% e 7,5% do número e do valor das compras realizadas com cartões emitidos em Portugal. A maioria das compras online
(80% do número e do valor) foram efetuadas a comerciantes no estrangeiro, esclarece a este propósito a entidade liderada por Carlos Costa.

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