Do jornal O Independente ao grupo Douro Azul. Esta é a história dos 28 anos da Media Capital

  • Lusa
  • 14 Maio 2020

Em 1992, foi criado o grupo Media Capital, com atividade assente maioritariamente na imprensa. Desde então muito mudou até esta quinta-feira com a entrada de um novo acionista.

O empresário Mário Ferreira prepara-se para entrar no capital do grupo Media Capital, com uma participação de 30%. No dia em que o negócio foi anunciado ao mercado, conheça a cronologia dos principais acontecimentos na história do grupo de media, desde a sua criação, há 28 anos, até à entrada do CEO da Douro Azul.

1992

  • É criado o grupo Media Capital, com a sua atividade assente maioritariamente na imprensa, iniciada em 1989 com o jornal O Independente.

1997

  • O negócio do grupo é alargado, com a compra das rádios Comercial e Nostalgia.

1998 e 1999

  • A Media Capital, liderada pelo empresário Miguel Pais do Amaral, passa a deter a maioria do capital da TVI, altura em que “a estação começa a melhorar a sua rentabilidade de forma significativa”, refere o grupo no seu site.

2001

  • A entrada no capital na NBP e o seu controlo no ano seguinte (2002), consolidou o negócio de televisão como um todo, com a aposta estratégica na ficção portuguesa como conteúdo televisivo de sucesso da programação da TVI.

2002

  • Em outubro, o grupo espanhol de media Recoletos compra 50% do capital da Económica SGPS, empresa participada da Media Capital, passando a controlar a totalidade do Diário Económico e Semanário Económico

2003

  • A Media Capital entra na área da distribuição cinematográfica (atividade descontinuada no final de 2011) através de uma parceria com a Castello Lopes e da edição discográfica com a criação da MC Entertainment e a aquisição da Farol Música.

2004

  • Media Capital entra em bolsa.

2005

  • Em julho, a Prisa torna-se acionista principal da Media Capital, levando na altura o líder do PSD, Marques Mendes, a acusar os governos português e espanhol de cumplicidade no negócio com a empresa espanhola, lembrando a ligação do grupo ao PSOE, com o executivo da altura a negar qualquer envolvimento na matéria.

2006

  • Em outubro, a Prisa lança uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a totalidade da dona da TVI e passa a controlar a Media Capital.

2007

  • Na sequência de duas OPA, o grupo Prisa passa a deter a quase totalidade do capital da empresa.

2008

  • A Media Capital alienou a área de imprensa à Progresa (empresa do grupo Prisa) e, no final do ano, adquiriu a Plural Espanha que, juntamente com a NBP, deu origem à Plural Entertainment, uma das maiores produtoras internacionais em língua portuguesa e espanhola.
  • No final de 2008, a Prisa atravessa um período de crise financeira e propõe-se avançar com cortes para enfrentar a dívida e a queda de receitas.

2009

  • As dificuldades financeiras continuam e, no âmbito das medidas para enfrentar a situação, a Prisa anuncia em junho a intenção de vender 30% da Media Capital, levando na altura a Portugal Telecom (PT) – operadora que foi comprada em 02 de junho de 2015 pelo grupo Altice) – a manifestar o seu interesse. O negócio seria inviabilizado pela polémica lançada à volta do assunto, nomeadamente de tentativa política de controlo da TVI.
  • Em 26 de junho, o então primeiro-ministro, José Sócrates, anuncia que se vai opor à compra pela PT de parte da Media Capital para que não haja a mínima suspeita de que esse negócio se destina a alterar a linha editorial da TVI. O Estado tinha uma ‘golden share’ na PT que lhe permitia vetar a operação. Com a PT fora da ‘corrida’, as portas ficam abertas para a Cofina e a Ongoing, sendo que a dona do Correio da Manhã adiantou que pretendia comprar uma posição de controlo e não apenas 30%.
  • Em setembro, a Prisa anuncia a venda de 35% da Media Capital à Ongoing, empresa que era acionista da Impresa.

2010

  • Em janeiro, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) chumba a operação, colocando como condição à Ongoing a venda da totalidade da participação na SIC.
  • Em 30 de março de 2010, sem que a Ongoing tenha vendido a sua participação na Impresa, a Concorrência opõe-se ao negócio, contando já com o parecer vinculativo da ERC, o que inviabiliza a operação.

2017

  • Em 14 de julho, a Altice anuncia que chegou a acordo com a Prisa para a compra da Media Capital, numa operação avaliada em 440 milhões de euros.
  • Em 17 de outubro, os três membros do Conselho Regulador da ERC, na altura liderada por Carlos Magno, não chegaram a acordo sobre a proposta de compra da Media Capital pela Altice. Perante a falta de consenso, o processo passa para a alçada da Autoridade da Concorrência (AdC).

2018

  • Em 28 de maio, a AdC rejeita os compromissos apresentados pela Altice para a compra da Media Capital por entender que “não protegem os interesses dos consumidores, nem garantem a concorrência no mercado”.
  • Um dia depois, a Altice Portugal manifesta a sua discordância da rejeição da AdC e afirma não estar disponível “para apresentar quaisquer outros” compromissos.
  • Em 18 de junho, a Prisa confirma a desistência do negócio.

2019

  • Em 21 de setembro, a Cofina SGPS anuncia que chegou a acordo com a Prisa para comprar a totalidade das ações que detém na Media Capital, valorizando a empresa em 255 milhões de euros.
  • Em 23 de dezembro, a Cofina anuncia ter acordado com a Prisa a redução do preço de compra da dona da TVI em 50 milhões face aos 255 milhões de euros (205 milhões de euros).

2020

  • Em 18 de fevereiro, a Sociedade Pluris Investments, controlada pelo empresário Mário Ferreira, chegou a acordo com quatro acionistas da Cofina para a compra de 18.044.763 direitos de subscrição das novas ações no aumento de capital da dona do Correio da Manhã.
  • Em 11 de março, a Cofina anuncia a desistência da compra da dona da TVI, depois de falhar a operação de aumento de capital em cerca de três milhões de euros. O aumento era no montante de 85 milhões de euros para financiar a compra da Media Capital, mas a dona do Correio da Manhã conseguiu pouco mais de 82 milhões. O empresário Mário Ferreira afirmou ter sido ‘apanhado de surpresa’ por esta decisão.
  • Em 22 de abril, a diretora de comunicação do grupo Bel confirma à Lusa que o empresário Marco Galinha, presidente executivo da empresa, apresentou uma proposta de compra da Media Capital “no início do mês” à Prisa.
  • Em 24 de abril, a Prisa informa que assinou um memorando de entendimento com a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, tendo em vista a eventual compra até 30,22% da Media Capital, dona da TVI.
  • Em 14 de maio, a Prisa anunciou que Mário Ferreira comprou 30,22% da Media Capital, através da Pluris Investments, numa operação realizada por meio da transferência em bloco das ações por 10,5 milhões de euros.

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