Pedidos de subsídio de desemprego abrandam em maio

Até ao momento, o número de pedidos de subsídio de desemprego desacelerou em maio, face a abril. No total, já houve mais de 123 mil pedidos desde o início de março.

Todos os dias há mais pessoas a inscreverem-se no centro de emprego e a pedir o subsídio de desemprego, mas os novos pedidos têm vindo a desacelerar em maio, de acordo com os dados do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social divulgados esta quinta-feira.

Ao todo, 123.337 desempregados já pediram o subsídio de desemprego entre o início de março e 21 de maio, o que representa uma média de 1.504 pedidos por dia nesse período. Os números têm sido revistos de atualização em atualização consoante a chegada de mais dados ao GEP, o que levado a revisões em alta.

A tendência ainda pode mudar até ao final do mês, mas os números até 21 de maio mostram que houve uma desaceleração nos pedidos: entre 1 e 21 de abril tinham dado entrada 45,7 mil pedidos (cerca de 2,1 mil por dia) ao passo que entre 1 e 21 de maio deram entrada 22,3 mil pedidos (pouco mais de mil por dia), metade do registado no mesmo período de abril. Entre 1 e 21 de março, período marcado pelo início da pandemia, tinham dado entrada 24,7 mil pedidos.

Os dados do GEP, à semelhança dos números do desemprego registado, apontam assim para uma contenção do impacto da crise pandémica no mercado de trabalho, para já, o que deverá ser explicado pela adesão das empresas ao lay-off simplificado. O próprio Presidente da República admitiu este efeito: “Tem sido uma almofada amortecedora“, classificou, assinalando que “o número de desempregados em termos globais não ultrapassa o que se esperava e a explicação é o lay-off“.

O GEP apenas divulga o número de pedidos, sem revelar quais destes foram aceites e começaram efetivamente a ser pagos. Apenas é conhecido o dado que consta do portal da Segurança Social: no final de abril havia 197.949 beneficiários do subsídio de desemprego. Este valor inclui também o subsídio social de desemprego inicial, entre outras prestações sociais semelhantes.

É de notar ainda que, além dos novos desempregados que terão acesso ao subsídio de desemprego, o Governo decidiu prolongar os subsídios que iriam caducar nestes meses da pandemia. No total, já foram prorrogadas 12.512 prestações de desemprego em março e abril. Ainda não existem dados para maio.

As previsões apontam para uma subida acentuada do desemprego em 2020 dada a (quase) paralisação da economia por causa do coronavírus. A crise pandémica deverá levar a taxa de desemprego para os 11,7%, no cenário adverso do Banco de Portugal, para os 13,9%, segundo o Fundo Monetário Internacional, ou para os 9,7%, de acordo com as previsões da Comissão Europeia. O Governo ainda não atualizou o cenário macroeconómico, devendo fazê-lo até ao final de junho.

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