Número de empresas que despediram ou tencionam vir a despedir duplica

De abril para maio duplicaram as empresas que despediram ou tencionam vir a despedir. Intenção incide nos setores de alojamento, restauração, transportes, armazenagem e serviços, revela estudo da AIP.

O número de empresas que despediram ou pensam vir a despedir duplicou de abril (13%) para maio (26%). Esta intenção incide maioritariamente nos setores mais afetados por esta pandemia, como o alojamento e restauração, transportes, armazenagem e serviços, com foco nas pequenas e médias empresas, revela um estudo realizado pela Associação Industrial Portuguesa (AIP).

No setor do alojamento e restauração, 49% das empresas inquiridas já despediram ou tencionam vir a fazê-lo, o mesmo acontece nos transportes e armazenagem (34%), serviços (26%), indústria (22%), comércio (22%), construção (21%) e agricultura (17%).

Tendo em conta que um quarto das empresas já despediu ou tencionar enveredar por este caminho, 63% dos inquiridos pede ao Governo a prorrogação das atuais medidas de liquidez de forma a não ter de optar por esta solução, sendo que 58% pede o prolongamento do lay-off, de acordo com o estudo da AIP, que contou com a participação de mais de duas mil empresas.

Das atuais medidas, a suspensão de contribuições para a Segurança Social e das obrigações fiscais (64%) constituem as prioridades de prorrogação. Já a isenção da TSU (72%) e a redução da carga fiscal nos combustíveis e eletricidade (65%) são as mais apontadas como novas medidas de liquidez.

40% das empresas recorrerem a linhas de financiamento

O Governo atribui 6,3 milhões de euros para ajudar as empresas, mas a maioria dos inquiridos aponta o financiamento como um dos maiores problemas, sendo que 87% das empresas ainda não tinha recebido o financiamento aprovado. A banca já veio justificar a demora nas linhas de crédito com prazo limite de 30 dias para contratualizar.

Segundo este estudo da AIP, realizado entre 8 a 12 de maio de 2020, os pedidos de financiamento pela linha Covid-19 duplicaram entre abril (21%) e maio (40%). A indústria teve a maior evolução (de 23% para 45%). Quantos aos bancos foi o Millennium que registou o maior número de pedidos de financiamento (26%) e a maior taxa de aprovação (31%), contrariamente ao Santander que apresentou a maior taxa de não aprovação (23%).

As empresas médias e as exportadoras são as que mais recorreram ao financiamento, principalmente as empresas localizadas na região Norte (43%), sendo que o Alentejo regista a maior taxa de aprovação (48%), o centro a maior taxa de recebimento (20%) e Lisboa a menor (6%).

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