Queda do PIB “seria ainda maior” sem medidas “robustas” do PEES
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, avisou que a queda do PIB português seria ainda mais grave do que as previsões se não tivessem sido adotadas medidas "robustas", como as previstas no PEES.
O ministro da Economia disse que se o Governo não tivesse adotado medidas “robustas”, como as que constam do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), “provavelmente” a queda do PIB no final do ano seria ainda maior.
“Nós temos a convicção de que, se não tivéssemos adotado medidas de política económica e social tão robustas como aquelas que constam do nosso Programa de Estabilização Económica e Social, provavelmente a queda do PIB no final do ano seria ainda maior”, defendeu o governante.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, falava aos jornalistas, à margem da cerimónia de lançamento do Cascais Invest, uma iniciativa de apoio ao tecido empresarial daquele concelho do distrito de Lisboa.
“Se não tivéssemos adotado aquelas medidas de emergência e não tivéssemos estas medidas de apoio à retoma da atividade económica que agora anunciamos, provavelmente teria havido uma destruição muito maior do nosso tecido empresarial e uma destruição muito maior do emprego, o que teria consequências sociais muito graves, mas sobretudo tornaria a economia incapaz de responder à retoma da procura que esperamos no segundo semestre”, acrescentou.
Admitindo que as previsões macroeconómicas que constam do PEES, publicado no sábado, apresentam “números impressionantes”, Siza Vieira considera, no entanto, que estão criadas as condições para uma retoma económica “mais vigorosa” já em 2021. “Aquilo que nos parece necessário é que, nesta altura em que o mercado ainda está muito hesitante, as empresas possam ter as melhores condições para reiniciarem a sua atividade, mantendo os empregos e terem as portas abertas, estarem preparadas para o mercado”, afirmou o ministro.
Para tal, Siza Vieira sublinhou que as medidas de apoio ao tecido empresarial, como por exemplo alívios e apoios fiscais ao investimento, são uma forma de permitir que as empresas se concentrem no “essencial, que é irem atrás dos clientes, produzirem bens e serviços que respondam a procura que neste momento existe”. “Se se mantiverem orientadas, focadas no negócio […], então julgo que 2021 será um ano de crescimento vigoroso”, disse o ministro da Economia.
Pedro Siza Vieira elogiou ainda a forma como a União Europeia se mobilizou e alinhou para a construção de um plano de recuperação económica também “vigoroso”, que permitirá, na sua ótica, a construção de uma Europa “mais competitiva” e “mais justa” do ponto de vista económico.
O Governo estima uma queda do PIB de 6,9% este ano, devido à pandemia, e prevê um crescimento de 4,3% em 2021, segundo o PEES. O executivo prevê que o impacto ocorra principalmente no segundo trimestre do ano, “após a quebra de 2,3% registada no primeiro trimestre de 2020”. O crescimento do PIB em 2019 foi de 2,2%. O Governo estima ainda uma taxa de desemprego este ano de 9,6% e de 8,7% em 2021. Em 2019, a taxa de desemprego foi de 6,5%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) citados no documento.
O Programa de Estabilização Económica e Social, aprovado na quinta-feira pelo Conselho de Ministros e publicado no sábado à noite no Diário da República, vigorará este ano para responder à crise provocada pela pandemia do Covid-19. O Governo vai esta terça-feira a proposta de revisão do Orçamento do Estado de 2020 relacionada com o novo coronavírus que refletirá o Programa de Estabilização Económica e Social.
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