Saúde acomoda 1.500 milhões somando OE e OE Suplementar
Será também reforçada a capacidade laboratorial com equipamento e recursos humanos de forma a preparar Portugal para reagir a eventos como a pandemia.
A secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, disse esta sexta-feira que somando o Orçamento do Estado para 2020 e o Orçamento Suplementar agora apresentado, a área da saúde terá injetados 1.500 milhões de euros.
“[O ano de] 2020 foi um ano de exceção para a saúde fora a pandemia da Covid-19 porque houve o maior reforço inicial para o orçamento da saúde de sempre, 941 milhões de euros, e depois foi reforçado com 256 milhões de euros (…) Com este orçamento suplementar, desenhamos uma solução que impacta em cerca de 504,4 milhões de euros que visa várias vertentes, disse a governante, vincando: “Se somarmos o esforço do orçamento 2020 com o esforço do orçamento suplementar estamos a falar de 1.500 milhões injetados na saúde”.
Jamila Madeira, que falava aos jornalistas na conferência de imprensa diária de ponto de situação sobre a pandemia em Portugal, destacou que o orçamento suplementar recentemente apresentado tem como objetivos o reforço dos recursos humanos, bem como a sua valorização, integração.
Soma-se, acrescentou a secretária de Estado, o reforço de capacidade laboratorial com equipamento e recursos humanos de forma a preparar Portugal para “reagir a eventos deste género”, referindo-se à pandemia do novo coronavírus. “E reforçar a capacidade de resposta das Unidades de Cuidados Continuados e acomodar uma despesa que não existia nestas escalas”, apontou, referindo-se ao volume de consumos de equipamentos de proteção individual e testes.
O bastonário da Ordem dos Médicos considerou quinta-feira “insuficiente” o reforço de 504,4 milhões de euros para a saúde no orçamento suplementar, defendendo que a recuperação da atividade devido à Covid-19 exige pelo menos 1.250 milhões de euros.
“Esperava mais de um orçamento suplementar para a saúde”, disse Miguel Guimarães à agência Lusa, recordando que as fragilidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram atenuadas nos últimos meses, porque toda a atividade foi concentrada no combate à Covid-19.
Nas contas do bastonário, mais de 50% da atividade – consultas, cirurgias, exames – foi adiada e terá de ser recuperada, assim como realizadas as marcações já efetuadas. “Em termos de orçamento, estamos a falar de três meses – 25% de um ano. Se eu aplicar este quarto de ano ao orçamento, significa que, para recuperar metade do que era a atividade desses três meses, são necessários 1.250 milhões de euros”, considerou.
Questionada sobre estas declarações, Jamila Madeira não as comentou diretamente, tendo apresentado números sobre as verbas destinadas a este setor, bem como as prioridades, aproveitando para apelar e agradecer o “esforço de todos os profissionais de saúde”.
“Com esforço de todos os profissionais de saúde e esforço de todas as vertentes, com a responsabilidade que as Ordens também têm ao conseguirem transformar este esforço gigante que o país coloca ao serviço da saúde, em resultados para o Serviço Nacional de Saúde e em mais acesso para os portugueses, tenho a certeza que conseguiremos atingir os objetivos a que nos propomos”, concluiu.
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