Depois da verde, chega a dívida azul. Dona da bolsa de Lisboa reforça aposta em produtos sustentáveis
Economia do oceano é uma das novas apostas da Euronext, que reforçou o segmento de obrigações ligadas à sustentabilidade. Lançou igualmente o índice ESG com as 80 empresas mais sustáveis da Zona Euro.
Depois das obrigações verdes, estão prestes a chegar as azuis. A Euronext, que gere a bolsa de Lisboa, está a reforçar a aposta no segmento dedicado a fatores ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês). Entre as novidades estão não só as obrigações ligadas à economia do mar, mas também um índice acionista que agrega as 80 grandes empresas mais sustentáveis da Europa (incluindo duas portuguesas).
O CEO da Euronext, Stéphane Boujnah, explicou que a ideia é capitalizar o “sucesso” das obrigações verdes (cujo segmento totaliza 231 emissões e conta atualmente com 54,3 mil milhões de euros admitidos à negociação) para alargar a oferta a outros tipos de obrigações sustentáveis.
“Os países da Euronext têm uma tradição de pesca e transporte marítimo, têm uma posição de liderança global nos portos, uma história marítima comum, significativo turismo costeiro e marítimo e estão empenhados em limitar as alterações climáticas, proteger a biodiversidade e combater a poluição na água”, explicou Boujnah, num encontro virtual com jornalistas, esta quarta-feira.
Com o objetivo de promover as obrigações azuis — que se direcionam para o financiamento de projetos de sustentabilidade ligados à economia do mar –, a Euronext subscreveu os nove princípios de proteção dos oceanos da Organização das Nações Unidas. A empresa era já subscritora da iniciativa Sustainable Stock Exchanges também da ONU desde 2015.
Jerónimo Martins e Galp incluídas em novo índice ESG
O alargamento do segmento de dívida é só um dos novos produtos, que seguem em linha com o plano estratégico “Let’s Grow Together 2022”, no qual o ESG foi identificado como ponto-chave. Em parceria com a Vigeo Eiris Moody’s, a Euronext lançou o novo índice ESG, que agrega as 80 large caps da Zona Euro com melhor desempenho nos critérios ambientais, sociais e de governance.
A escolha de empresas é feita por critérios de exclusão e há duas portuguesas que estão incluídas: a Galp Energia e a Jerónimo Martins. Apesar de não deixarem de fora o petróleo, empresas de setores como tabaco, armas ou carvão não serão incluídas no novo índice. Este junta-se ao índice Low Carbon 100 que a Euronext tinha já lançado em 2008.
Os primeiros contratos de futuros com base no Euronext Eurozone ESG large 80 começaram a ser comercializados a 1 de junho, com o apoio de quatro market makers: BNP Paribas, DRW, Optiver e Société Générale. Por último, a Euronext anunciou ainda um novo serviço ESG para apoiar empresas cotadas em bolsa a serem mais sustentáveis.
“A nossa estratégia de produtos ESG garante que os investidores possam aplicar capital de forma eficiente e transparente para apoiar projetos e empresas de elevado impacto“, acrescentou Boujnah. “Hoje marcar-se um momento importante na execução do roteiro ESG do nosso plano estratégico a três anos. A Euronext pode apoiar significativamente a agenda europeia de sustentabilidade pela via do papel único que tem no financiamento da economia real, conectando economias locais a mercados de capitais globais”.
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