99% das lojas dos centros comerciais já abriram. Vendas caíram 40% na primeira semana
Uma semana depois dos centros comerciais da capital abrirem portas, 99% das lojas em todo o país já estão a receber visitantes. Mas, de acordo com os lojistas, as vendas caíram 40%.
Uma semana depois de os centros comerciais de Lisboa e Vale do Tejo terem aberto portas, 99% das lojas em todo o país já estão a funcionar em pleno. De acordo com a associação que representa estes imóveis comerciais, estes números refletem a “relação de cooperação” com os lojistas. Contudo, de acordo com a associação que representa os lojistas, as vendas caíram 40% na primeira semana.
Das 8.600 lojas que integram os centros comerciais associados da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), 8.483 estão em funcionamento, o equivalente a 99%, adianta a associação, em comunicado enviado esta segunda-feira. Em termos de área bruta locável do país, são mais de 90%.
“Estes números são reflexo da relação de cooperação entre os centros comerciais e os seus lojistas, assumida desde a primeira hora neste momento desafiante, e demonstram a capacidade do setor de trabalhar em conjunto para contribuir para a retoma da economia e a preservação do emprego”, diz António Sampaio de Mattos, presidente da APCC.
A associação destaca o “comportamento responsável dos visitantes”, sublinhando os “investimentos significativos” que operadores e lojistas fazem. “Os dados de que dispomos mostram que o tráfego se mantém abaixo das lotações máximas definidas por lei, mas revelam que os visitantes têm confiança nos centros comerciais e estão a regressar”, continua o responsável da APCC. “Ainda temos um caminho a fazer para chegar aos níveis pré-pandemia, mas estamos otimistas”, acrescenta.
Os centros comerciais não estão a permitir mais de cinco visitantes por cada 100 metros quadrados, de forma a assegurar o distanciamento social, para além do uso de máscara por todos, lê-se no comunicado. Até 12 de junho, os membros da APCC tinham já acordado com mais de 87% dos seus Lojistas a concessão de apoios, num montante total de 305 milhões de euros este ano, através de descontos aos lojistas e moratórias de rendas.
Lojistas dizem que vendas caíram 40% na primeira semana
Um balanço feito pela Associação de Marcas de Retalho e Restauração (AMRR), criada recentemente para representar os lojistas, concluiu que as vendas das lojas dos centros comerciais e de rua caíram cerca de 40% nesta primeira semana (terceira semana de julho) face ao mesmo período do ano passado — 40,1% na região de Lisboa e Vale do Tejo e 42,5% no resto do país.
Este número resulta de dados recolhidos junto de mais de 2.000 lojas de norte a sul do país, resultando numa perda média nacional de 41,3%, refere a AMMR, em comunicado. “Apesar das promoções que os lojistas estão a fazer, ainda é notória a fraca adesão dos consumidores às lojas. Estes dados reforçam a crise que ainda estamos a viver, pelo que é urgente haver legislação que regule as rendas (…) sob pena de virmos a assistir a um desastre económico no retalho, com fechos de lojas e muito desemprego”, diz Miguel Pina Martins, presidente da AMMR.
Na semana passada a associação já tinha denunciado uma “pressão abusiva” dos parte dos proprietários dos centros comerciais. “Não podemos aceitar que a faca e o queijo estejam nas mãos dos senhorios e dos centros comerciais, que abordam os lojistas com propostas alegadamente vantajosas e com o que aparenta ser uma política de moratória das rendas, mas que depois exigem o dobro ou triplo ao longo do tempo, com contratos que deveriam ser ilegais e reportados, pelas cláusulas abusivas que integram”, continua Miguel Pina Martins.
(Notícia atualizada às 15h45 com dados de vendas dos lojistas)
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