Vendas de carros caem pelo quarto mês. Encolhem 48% no semestre

As vendas de automóveis voltaram a cair. Em junho, o mercado de ligeiros registou uma quebra de -53,7%, tendo sido comercializados apenas 13.423 veículos, de acordo com os dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal. Com mais este registo negativo, o saldo da primeira metade do ano foi “negro”, apresentando uma quebra de 48% face ao mesmo período do ano passado.

“Foram matriculados em Portugal 11.076 automóveis ligeiros de passageiros novos, ou seja, menos 56,2% do que no mês homólogo do ano anterior”, refere a associação que representa o setor automóvel nacional. No caso dos ligeiros de mercadorias, as 2.347 unidades matriculadas representam uma quebra de 36% face ao período homólogo.

Mais expressiva foi a quebra nas vendas de veículos pesados, o qual engloba os tipos de passageiros e de mercadorias, que apresentaram uma redução de 67% em junho, ajudando à quebra de vendas global de 54% face a igual mês do ano anterior, para 13.678 veículos.

Semestre “negro” para o setor

A ACAP salienta o facto de junho ter sido o “quarto mês consecutivo com queda superior a 50%” nas vendas, resultado da pandemia do novo coronavírus que obrigou a uma quase total paragem da economia portuguesa.

Perante os dados de junho, a associação salienta que “no primeiro semestre de 2020, foram colocados em circulação 78.001 novos veículos, o que representou uma diminuição homóloga de 48,2%”. No caso dos veículos ligeiros de passageiros, os registos “totalizaram 64.848 unidades, o que se traduziu numa variação negativa de 49,6% relativamente a período homólogo de 2019”.

Renault é líder, mas sofre

Olhando para as diferentes marcas, a Renault continua a ser a líder do mercado. Contudo, não escapou a uma quebra de 60% em junho que leva a que tenha vendido menos 56% no total do semestre, em comparação com o ano passado.

A Peugeot foi a segunda marca mais vendida no mês passado, ocupando o mesmo posto no acumulado do ano, mantendo-se à frente da Mercedes-Benz, que registou uma quebra de 28,5% em termos homólogos.

Praticamente todas as marcas registam quebras de mais de 50%, havendo algumas que estão a ser menos afetadas, embora com reduções de vendas de dois dígitos. Há, contudo, uma exceção: a Lamborghini vendeu este ano tantos carros como no mesmo período do ano passado. Colocou 10 na estrada.

(Notícia atualizada às 17h31 com mais informação)