Programa de Arrendamento Acessível regista 242 contratos entre mais de 10 mil candidaturas
Um ano depois de ter sido lançado, o Programa de Arrendamento Acessível regista 10.417 candidaturas, relativas a 600 alojamentos inscritos, o que permitiu celebrar 242 contratos.
O Programa de Arrendamento Acessível (PAA) regista 10.417 candidaturas, relativas a 600 alojamentos inscritos, o que permitiu celebrar 242 contratos, em que 54% têm rendas inferiores a 500 euros, avançou esta quinta-feira o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
No balanço do primeiro ano do PAA, em vigor desde julho de 2019, os dados revelam que a procura é 17 vezes superior ao número de imóveis inscritos pelos proprietários, representando a oferta apenas 5,8% das candidaturas apresentadas pelos inquilinos. Neste momento, o programa PAA tem “um total de 242 contratos submetidos”, indicou o gabinete do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, em resposta à Lusa.
Assim, o número de contratos celebrados representa 40,3% dos imóveis inscritos pelos proprietários e 2,3% das candidaturas apresentadas pelos inquilinos. “No universo de contratos submetidos, 54% têm rendas inferiores a 500 euros e 12% têm rendas inferiores a 300 euros”, revelou o Ministério das Infraestruturas e da Habitação.
Em 22 de maio, o PAA registava 160 contratos ativos, entre os 591 alojamentos inscritos pelos proprietários e as 9.317 candidaturas submetidas pelos inquilinos, segundo dados da tutela da Habitação, indicando que cerca de 3/4 destes contratos (76%) são na Área Metropolitana de Lisboa e 10% na Área Metropolitana do Porto.
No início de fevereiro, o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que gere o PAA, assinou dois protocolos com mais de uma dezena de plataformas imobiliárias e com a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), para facilitação e divulgação do programa. Sobre o primeiro ano do PAA, o presidente da APEMIP, Luís Lima, disse que o programa tem ficado “aquém das expectativas”, por falta de interesse dos proprietários, mas pode ser hoje “uma escapatória” para o mercado imobiliário, devido ao impacto da pandemia.
Em vigor desde 01 de julho de 2019, o PAA visa promover uma oferta alargada de habitação para arrendamento abaixo dos valores de mercado, determinando a obrigação de seguros de renda, disponíveis no mercado desde janeiro, que “reduzem os riscos de incerteza e oferecem maior segurança para senhorios e arrendatários”.
De adesão voluntária, o PAA permite que os senhorios beneficiem de uma isenção total de impostos sobre “os rendimentos prediais resultantes de contratos de arrendamento ou subarrendamento habitacional”, em sede de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares (IRS) e de Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC), enquanto os arrendatários têm uma redução de, pelo menos, 20% do preço das rendas de mercado, que deve corresponder a “uma taxa de esforço que se situe no intervalo entre 15% e 35% do rendimento médio mensal do agregado familiar”.
O preço máximo de renda acessível pode variar entre 200 euros para tipologia T0 e 1.700 euros para T5, dependendo da posição dos 308 concelhos do país, que estão agrupados por seis escalões, em que apenas Lisboa está nos valores mais elevados, posicionando-se mais de metade dos municípios – 165 – no escalão com preços mais baixos.
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