Fenprof alerta que “grande reforço” de docentes equivale a apenas três por escola
O grande reforço de docentes para as escolas, afinal, não vai além de uma média de três por escola ou agrupamento, o que é manifestamente insuficiente", defendeu Mário Nogueira.
A Federação Nacional de Professores (Fenprof) defendeu esta segunda-feira que o reforço de docentes anunciado pelo Governo é “manifestamente insuficiente”, denunciando que equivale a apenas cerca de três docentes por agrupamento.
“O grande reforço de docentes para as escolas, afinal, não vai além de uma média de três por escola ou agrupamento, o que é manifestamente insuficiente para a propalada – e necessária – aposta na recuperação das aprendizagens”, escreve a estrutura sindical em comunicado.
Na terça-feira, o ministro da Educação anunciouum pacote de 125 milhões de euros para o reforço de recursos humanos das escolas, através da contratação de professores, pessoal não docente e técnicos especializados, incluindo assistentes sociais, psicólogos e mediadores. Numa entrevista ao Expresso, publicada no sábado, Tiago Brandão Rodrigues precisou que, no caso dos professores, este reforço vai equivaler ao horário integral de cerca de 2.500 professores.
A Fenprof fez as contas e concluiu que esse número corresponde a uma média de três docentes por agrupamento de escolas, um número que considera insuficiente para cumprir o trabalho de recuperação e consolidação de aprendizagens nas primeiras semanas do ano letivo.
No mesmo comunicado, a estrutura sindical acusa a tutela de não cumprir o compromisso de voltar a ouvir os representantes dos professores antes de divulgar as normas de organização do ano letivo. “Uma vez mais, o ministro mostrou desrespeito pelos professores e pelas suas organizações sindicais. Infelizmente, já não surpreende”, lamenta a Fenprof, alertando que há aspetos que são de negociação obrigatória.
A estrutura sindical já exigiu, junto do ministério, a abertura de negociações sobre estas matérias, que vão desde as condições e horários de trabalho, incluindo em situações de ensino não presencial, às normas de segurança sanitária.
Sobre as normas de segurança, a Fenprof criticou ainda as medidas anunciadas, que preveem a utilização obrigatória de máscara a partir do 2.º ciclo e um distanciamento físico de um metro sempre que possível, considerando que as regras são insuficientes para assegurar o regresso às aulas em segurança.
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