Costa Silva quer expansão dos metros de Lisboa e Porto. E aposta na ferrovia e portos
Costa Silva propõe expansão do metro em Lisboa e Porto para reforçar a oferta de transporte público sustentável. Plano defende aposta na ferrovia e portos, sem referências à rodovia.
O plano de recuperação da economia desenhado por António Costa Silva propõe a expansão da rede de metro em Lisboa e no Porto para zonas com maior densidade populacional e maior procura, no âmbito do reforço da oferta de transporte público sustentável. Também defende a aposta na ferrovia (nomeadamente com a ligação da alta velocidade entre Porto e Lisboa para passageiros) e na capacidade portuária do país.
As medidas constam da “Proposta para a Visão estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal 2020-2030” que Costa Silva apresentou esta quinta-feira ao membros do Governo, em Conselho de Ministros, e a que o ECO teve acesso.
No documento, o gestor começa por sublinhar que Portugal precisa de terminar a construção de algumas infraestruturas que são “indispensáveis para ter sucesso no século XXI, um século que vai ser marcado pelo paradigma da conectividade”. Acrescenta que o país tem acumulado “muitas polémicas” sobre as infraestruturas, mas agora é tempo de olhar para a frente e “de as fazer”.
No que diz respeito aos transportes públicos e mobilidade sustentável, o plano aponta para o alargamento a rede de Metropolitano de Lisboa “para zonas densamente povoadas da cidade e da sua periferia imediata, e introduzir novas formas de transporte em sítio próprio, garantindo ofertas de transporte público mais eficientes, atrativas e sustentáveis”.
Na Área Metropolitana do Porto, sugere-se a expansão de sistemas de metro ligeiro “em zonas onde a procura justifique esta tecnologia” e a construção de “uma nova ponte para o metro a montante da ponte da Arrábida, complementado a oferta como novas formas de transporte em sítio próprio”.
Nas grandes cidades como Braga, Guimarães, Coimbra, Leiria, entre outras, Costa Silva propõe o desenvolvimento de sistemas de transportes coletivo que conduzam “à redução da dependência de transporte individual nos acessos aos principais centros urbanos e à descarbonização”.
Aposta na ferrovia e portos
O capítulo das infraestruturas de transportes dedica maior atenção, ainda assim, aos setores ferroviário e marítimo-portuário, sem referências à rede rodoviária e com a aposta nas ligações aéreas praticamente direcionada apenas para a construção do novo aeroporto de Lisboa.
Na ferrovia, Costa Silva defende a concretização do Plano Ferroviário com a conclusão dos projetos em curso e modernizar a rede, “porque uma rede ferroviária elétrica nacional é mais competitiva, mais limpa e está em sintonia com os esforços de descarbonização da economia”. Aqui, são destacados dois projetos em curso: a construção do eixo Sines-Madrid e a renovação da Linha da Beira Alta.
Adicionalmente, para lá da ampliação da rede ferroviária de passageiros e mercadorias em todo o país, o plano propõe a construção de uma linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa para passageiros. Argumento: “a ligação potenciará a afirmação das duas áreas metropolitanas do país” e “trará grandes ganhos ambientais por dispensar as ligações aéreas”.
No domínio marítimo-portuário, o plano sugere “investir nos portos de Sines e de Leixões para aumentar ainda mais a sua competitividade em termos de instalações e equipamentos para receber grandes navios”.
Por exemplo, no que diz respeito a Sines, deverá ser construído um terminal portuário de minérios para exportação dos recursos minerais estratégicos, em particular o lítio e, caso se decida desenvolver a Zona Económica Exclusiva (ZEE), o níquel, o cobalto, o manganês e os sulfuretos polimetálicos.
Defende-se ainda “a consolidação de um hub portuário nacional polivalente e que responda às exigências da procura nos segmentos da navegação comercial, turismo, transporte de longa e curta distância, pensando os portos para a integração das cadeias logísticas que servem, e completando-os com os investimentos necessários”. Neste ponto, Costa Silva defende a digitalização dos portos e o investimento na rede de comunicações móveis 5G porque “é fundamental para aumentar a eficiência de todos os processos, reduzir custos e aumentar a competitividade”.
O gestor diz que também é preciso responder aos problemas nos portos do Algarve (Portimão deverá focar-se na ligação ao Norte de África e Faro à náutica de recreio) e de Lisboa (criar condições para um pacto entre as empresas e as entidades sindicais). Quanto ao porto da Praia da Vitória, nos Açores, poderá ser reconvertido “numa espécie de estação para fornecer gás natural liquefeito aos navios que cruzam o Atlântico”.
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