Pandemia com pouco impacto no imobiliário. Preços subiram 8%, diz a Century 21

A imobiliária teve um primeiro semestre praticamente semelhante ao do ano passado. A pandemia impactou, mas não muito. E os preços médios de venda até subiram 8%.

Mesmo a atravessar uma crise pandémica, a atividade da Century 21 (C21) manteve-se praticamente inalterada face ao primeiro semestre do ano passado. Além disso, os preços médios das casas vendidas até subiram 8% face ao período homólogo, diz a imobiliária. Ricardo Sousa acredita que nos próximos meses os preços das casas vão descer, mas nada de significativo.

Nos primeiros seis meses do ano, a C21 registou uma faturação superior a 19 milhões de euros, ligeiramente abaixo dos 20,5 milhões registados no mesmo semestre do ano anterior. Em termos de volume de negócios, este ascendeu a 800 milhões de euros, cerca de 7% a menos. Para o CEO da imobiliária, estes resultados foram mais positivos do que o esperado.

“A principal razão da quebra de faturação prende-se com a suspensão dos processos de compra durante março e abril, que se refletiram na diminuição de escrituras em abril e maio. Contudo, em junho, as dinâmicas de procura, negociação e realização de transações já atingiram, praticamente, os mesmos níveis de 2019″, comenta o responsável, em comunicado.

Nas mais de 5.000 transações feitas pela imobiliária nos primeiros seis meses do ano, os portugueses continuaram a procurar, sobretudo, imóveis T2 e T3. Foram menos 788 transações mas, em contrapartida, o valor médio aumentou 8% para os 166.539 euros. “No mercado imobiliário residencial, os valores de venda são pouco elásticos e há uma grande resistência na descida de preços”, diz Ricardo Sousa, referindo que “não é expectável uma alteração expressiva do valor real dos imóveis nos próximos meses”.

O responsável acredita que esta pandemia vai contribuir para um aumento do tempo médio de venda dos imóveis, o que vai levar a uma quebra do número de transações no curto prazo. O que se tem notado na C21 é que “serão os proprietários com urgência em vender que irão fazer ajustes nos preços para conseguirem concretizar uma venda rápida dos seus imóveis”.

Enquanto isso, no mercado de arrendamento, Ricardo Sousa acredita que deverá assistir-se, sim, a uma redução do valor das rendas, já que a oferta tem de “se ajustar rapidamente ao rendimento disponível dos jovens e famílias. No primeiro semestre, a C21 realizou 1.014 transações, com um valor médio de renda de 833 euros. Contudo, numa análise por trimestre, entre janeiro e março a média foi de 893 euros, superior aos 772 euros observados em abril, maio e junho. Ou seja, assistiu-se a uma descida de 13,5% do valor médio das rendas no segundo trimestre.

Ricardo Sousa diz ser “imprudente” antecipar os impactos específicos que a pandemia terá no setor imobiliário. Contudo, salienta que o mercado está a mostrar “resiliência e estabilidade” e que os impactos serão “algo temporário”. A curto prazo, o responsável acredita que o segmento mais afetado será a procura internacional, ao mesmo tempo que antecipa a transferência de imóveis de alojamento local para o arrendamento tradicional.

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