Portugal e EUA procuram intensificar colaboração bilateral depois da pandemia
Os dois países querem intensificar a colaboração bilateral em matérias de comércio, saúde pública, defesa e segurança marítima "no mundo pós-covid".
Portugal e os Estados Unidos da América (EUA) querem intensificar a colaboração bilateral em matérias de comércio, saúde pública, defesa e segurança marítima “no mundo pós-covid”, segundo uma nota divulgada este domingo pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
A declaração publicada hoje diz respeito a uma reunião realizada de forma virtual pela Comissão Bilateral Permanente (CBP) na passada quarta-feira, onde se destacou a intenção de intensificar uma “colaboração próxima com os EUA que garanta um reforço dos fluxos comerciais e de investimento”.
Segundo a declaração, o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias apresentou “perspetivas portuguesas de recuperação socioeconómica no contexto da pandemia”, em que se incluem medidas como “facilitação ao mercado, contenção das medidas de defesa comercial e promoção de parcerias em matéria de cadeias de valor”.
“Portugal reiterou a sua preocupação com as tarifas aplicadas aos produtos lácteos açorianos, bem como com aquelas atualmente em ponderação no processo de revisão”, pode ler-se na declaração conjunta adotada pela CBP, publicada hoje. Alguns desafios que se colocam, no entanto, são a “desinformação” e o investimento em “áreas críticas para a segurança nacional”, lê-se na nota do ministério.
A Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e os Estados Unidos indica que existe “potencial para explorar uma colaboração mais robusta em segurança marítima cooperativa e no desenvolvimento de capacidades de defesa” entre os dois países. “Os EUA e Portugal também concordaram ser de vital importância manter os investimentos na defesa durante estes tempos turbulentos”, declara a CBP.
Neste contexto, a Base das Lajes, nos Açores, foi um ponto importante da reunião, com “uma proposta portuguesa para redefinir o perímetro da Base” e com “progresso nas discussões” sobre um Plano Abrangente de Infraestruturas entre Portugal e EUA, cuja criação foi mencionada numa reunião da CBP em dezembro de 2017. A CBP declara também que registou “os planos para discussões presenciais de seguimento em San Antonio e nas Lajes” em relação aos resultados técnicos dos sites 3001 e 5001.
Para esta comissão, a Base das Lajes é prova do “dinamismo da parceria bilateral de defesa” e de “contribuições de Portugal (…) para a segurança transatlântica e global”. A CBP destaca também o “empenho mútuo (…) em promover a preservação e o uso sustentável de recursos marinhos e do oceano”. Os dois países têm “interesses comuns no desenvolvimento da economia azul em diversos setores e no reforço das relações bilaterais em matéria de cooperação nas áreas da inovação azul, tecnologia e ‘clusters’ marinhos”, lê-se na declaração conjunta da CBP.
“Tópicos de interesse mútuo, tais como a segurança do Atlântico, o papel estratégico dos Açores e a África subsaariana, continuam na agenda”, sustenta a CBP. A 43.ª reunião da CBP foi presidida conjuntamente pela Diretora-Geral de Política Externa, Madalena Fischer, e pelo subsecretário de Estado adjunto dos EUA para a Europa Ocidental, Shawn Crowley.
Na reunião participaram o Embaixador de Portugal nos EUA, Domingos Fezas Vital, o Embaixador dos EUA em Portugal, George Glass, e o Presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro. A próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente entre Portugal e Estados Unidos está prevista para dezembro, em Portugal.
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