Marcelo pede “sustentação política alargada para oportunidade” dada pelos milhares de milhões que vêm da Europa
Marcelo Rebelo de Sousa apelou esta sexta-feira aos partidos para que haja uma "sustentação política alargada" para a oportunidade que serão os fundos europeus dos próximos anos.
O Presidente da República considera que os partidos devem almejar por uma “sustentação política alargada” para agarrar a “oportunidade” que serão os milhares de milhões de euros que virão da União Europeia durante os próximos anos. Num discurso feito na visita à Continental Mabor, fábrica que comemora 30 anos, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que esse “dinheiro é de todos os portugueses” e que este não se pode tratar “de um projeto restritivo de portugueses”.
Em declarações transmitidas pela RTP3, o chefe de Estado afirmou que “todos portugueses esperam que se tire máximo proveito desta oportunidade única” que chegou de Bruxelas com o acordo realizado no Conselho Europeu após cinco dias de negociações intensas. “A Europa decidiu ser unida para ultrapassar a crise e para preparar a mudança” da segunda metade do século, acrescentou, argumentando que este acordo “deve motivar diálogo e entendimento” em Portugal.
Em causa estão quase 58 mil milhões de euros que Portugal poderá investir nos próximos dez anos, incluindo o dinheiro ainda por executar do Portugal 2020, o do próximo Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027 e o do Fundo de Recuperação europeu. O anúncio foi anunciado na terça-feira de madrugada, no mesmo dia em que António Costa Silva apresentou a sua Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal, mas o Parlamento Europeu, que tem poder de veto, ainda terá de dar o seu aval ao acordo em setembro para que este se concretize.
Temendo os perigos e a dificuldade de executar todo este dinheiro, o Presidente da República já tinha avisado esta semana que é preciso aproveitar esta oportunidade com responsabilidade. Agora nesta visita a Famalicão, Marcelo voltou a fazer o aviso, referindo que “o dinheiro não é do partido A ou B“, mas sim de todos os portugueses. “Tem de ser bem gasto e não pode ser perdido”, alertou, assinalando que os prazos apertados de execução são um desafio para a administração pública, a qual terá de “acompanhar o ritmo”.
Minutos depois, em resposta aos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa clarificou que “é preciso que haja uma base política e social de apoio muito ampla“, falando não só para partidos mas também para parceiros sociais. “Recordo que nós temos um Governo minoritário”, disse, relembrando ainda que “este [fundos europeus] é um projeto para várias legislaturas e vários mandatos presidenciais” pelo que é necessária uma “capacidade de convergência o mais ampla possível”. Mais: para Marcelo “seria uma pena que um projeto desta envergadura não tivesse o maior apoio possível“.
O Presidente da República disse ainda que a Continental Mabor era uma “história exemplar” para a qual “é bom olhar” neste momento em que é preciso investir na economia portuguesa. “Espero que a Continental Mabor continue a investir”, apelou, assinalando que a empresa “está a celebrar o passado, mas também a apontar-nos o sentido do futuro”.
(Notícia atualizada às 18h16 com mais informação)
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