Trabalhos rurais proibidos até quarta-feira para prevenir incêndios

Incêndios de Ponte de Lima, Vinhais e Vila Flor foram já dominados, mas continua um outro ativo em Castelo Branco. Há 700 bombeiros, 14 meios aéreos e quatro máquinas de rasto em operação.

Todas as atividades dispensáveis em espaços rurais estão proibidas nos próximos dois dias para prevenir os incêndios, anunciou este domingo o ministro de Administração Interna, Eduardo Cabrita. Numa conferência de imprensa em que fez o ponto de situação sobre os incêndios que estão a ser combativos por cerca de sete centenas de operacionais.

“Temos verificado mais uma vez nos últimos dias que grande parte dos incêndios são evitáveis. Por isso, determinámos que serão proibidos todos os trabalhos em espaço rural, exceto o combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação a animais, pelo menos até às 24 horas da próxima terça-feira“, anunciou o governante.

“O que vai ser declarado é a situação de alerta pelo Governo”, explicou Cabrita. Referiu que a situação está a ser avaliada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, numa altura em que 54 concelhos do interior Norte, do Centro, Alentejo e Algarve estão em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Essa situação de alerta “permite mobilizar recursos, dispensar de trabalho todos os bombeiros voluntários, colocar no nível de prontidão máximo todas as entidades do sistema e proibir atividades de risco”. Eduardo Cabrita sublinhou que “não é só serem desaconselhados”, mas sim que “pirotecnia, trabalhos agricolas com máquinas e uso de fogo na floresta são crime e serão tratados como tal“.

“Vivemos nos últimos dias uma dimensão muito significativa de incêndios rurais, que se tem marcado por uma média de 120 incêndios por dia no mês de julho, em especial nos últimos 10 dias. Ainda ontem [sábado] registámos 123 incêndios com a participação de 4.400 operacionais e com 103 intervenções de meios aéreos“, disse o ministro.

Os incêndios de Ponte de Lima, Vinhais e Vila Flor foram já dominados, mas continua um outro ativo em Castelo Branco. O incêndio começou no sábado em Oleiros, matou um bombeiro e fez seis feridos, tendo alastrado para uma zona com pequenas aldeias em Proença-a-Nova e Sertã. Há 700 bombeiros, 14 meios aéreos e quatro máquinas de rasto em operação no terreno.

Eduardo Cabrita admite que este incêndio possa envolver mobilização de dispositivos até terça ou quarta-feira. “A prioridade é a salvaguarda da vida humana com a realização das evacuações que se vierem a mostrar necessárias. Estamos a colocar todos os esforços na contenção do incêndio e na proteção da população“, acrescentou.

Também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou este domingo sobre a situação dos incêndios no país, dizendo que a pandemia afetou a prevenção e está a dificultar o combate. “Quanto à prevenção, ela sofreu, há que dizer, de facto, sofreu com a pandemia. Os meses que eram meses cruciais da transição da primavera para o verão foram meses acabados por não existir“, disse o chefe de Estado em declarações transmitidas pela SIC Notícias.

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que as há “condições difíceis” de combate aos fogos porque o confinamento limitou a capacidade de implementar medidas de prevenção. Ainda assim, o Presidente da República faz um balanço positivo. “Até agora o que se pode dizer é que, na generalidade dos casos, houve capacidade de resposta, sobretudo nos grandes casos, nos grandes fogos”, acrescentou.

(Notícia em atualizada às 16h30)

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